"Vimos durante a pandemia sucessivos bloqueios e um ressurgimento de antigos mitos de conspiração" e "uma explosão de conteúdo antissemita on-line", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, em entrevista coletiva.
As publicações antissemitas em francês aumentaram sete vezes entre os primeiros dois meses de 2020 (antes da pandemia) e 2021, e as em alemão 13, de acordo com um estudo da Comissão.
"O antissemitismo continua não apenas um fardo do passado, mas também uma terrível ameaça na Europa hoje", disse o alto funcionário grego.
Ele citou, entre outros, os ataques contra a sinagoga de Halle na Alemanha em 2019, contra um supermercado kosher em Paris em 2015 e contra o museu judeu em Bruxelas em 2014.
Nove em cada dez judeus consideram que o antissemitismo aumentou em seu país, e 38% estão considerando emigrar porque não se sentem mais seguros na União Europeia, de acordo com a Agência dos Direitos Fundamentais da UE.
Foi isto que levou a Comissão Europeia a apresentar, pela primeira vez, uma estratégia especificamente dedicada à luta contra o antissemitismo, que há 20 anos se integra na luta contra o racismo.
Para combater as mensagens antissemitas na internet, a Comissão apoiará a criação de uma rede europeia de peritos e verificadores para remover conteúdos ilegais.
Também cooperará com empresas de internet para impedir a venda de símbolos ou propaganda nazista.
O Executivo da UE também planeja alocar 24 milhões de euros em 2022 para projetos para melhor proteger os locais de culto.
Também quer apoiar a criação de uma rede de "jovens embaixadores" para promover a conscientização sobre a Shoah, uma rede de lugares ligados à memória do Holocausto e a criação de um "centro de pesquisa sobre o antissemitismo e a vida judaica".
"Devemos reafirmar nossa ambição de liderar a luta global contra o antissemitismo", que é "incompatível com tudo o que a União Europeia representa", completou Schinas.
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