"Acabo de propor a (Olaf) Scholz (líder do SPD), em acordo com os Verdes, de nos reunirmos amanhã para debater entre os três, e isso vai acontecer", anunciou o presidente do FDP, Christian Lindner, durante uma entrevista coletiva.
Poucas horas antes, o Partido Verde já havia anunciado que desejava formar uma coalizão com o SPD e os liberais.
"Chegamos à conclusão de que faz sentido ter negociações profundas com o SPD e o FDP", declarou a copresidente dos Verdes, Annalena Baerbock.
Verdes e FDP, os dois partidos que devem permitir a designação de um chanceler após as eleições de 26 de setembro, parecem desta maneira inclinados por uma coalizão com os social-democratas, e não com os democrata-cristãos da CDU-CSU, que ficaram em segundo lugar nas legislativas.
Esta decisão afasta a possibilidade de acordo com a CDU-CSU, o partido da chanceler Angela Merkel, que passaria à oposição após vários anos no poder.
"O país não pode se dar ao luxo de um impasse prolongado" enquanto uma coalizão é negociada, afirmou a líder ecologista, cujo partido ficou em terceiro lugar na votação.
Após as eleições de 2017 foram necessários vários meses até o anúncio de um acordo para a formação do governo, o que deixou a Alemanha e a União Europeia (UE) com uma gestão longe do ideal por muito tempo.
"As conversações das últimas semanas mostraram que as maiores interseções de conteúdo são possíveis com este esquema (com o SPD e o FDP), sobretudo no âmbito da política social", explicou o outro copresidente do Partido Verde, Robert Habeck.
Uma aliança de três partidos, com programas muito diferentes, para alcançar a maioria, é algo que não acontece na Alemanha desde a década de 1950.
Apesar do revés eleitoral, a CDU-CSU, liderada pelo impopular Armin Laschet, não desistiu de tentar formar um governo com os liberais e os ecologistas.
Os dirigentes conservadores se reuniram no último domingo com os liberais e na terça-feira com os ecologistas, em uma tentativa de convencer os dois partidos a aceitar uma aliança, o que manteria a CDU-CSU no governo após 16 anos de era Merkel.
audima