O Prêmio Nobel de Química foi atribuído nesta quarta-feira (6/10) ao alemão Benjamin List e ao americano David MacMillan
pelo desenvolvimento de uma nova ferramenta de construção de moléculas
, o que deixou a Química mais "verde" e melhorou a pesquisa farmacêutica.
Os dois cientistas, ambos de 53 anos, foram premiados pelo desenvolvimento em 2000 da organocatálise assimétrica, um novo tipo de catalisador revolucionário, que avançou a uma "velocidade prodigiosa" desde então, explicou o júri do Nobel em Estocolmo.
Os catalisadores são mecanismos fundamentais para os químicos.
Mas durante muito tempo os cientistas pensavam que havia apenas dois tipos de catalisadores disponíveis: os metais e as enzimas.
De maneira independente um do outro, List e MacMillan, desenvolveram um terceiro tipo, utilizando "pequenas moléculas orgânicas" como a prolina, destacou o júri.
Ao contrário dos metais e das enzimas, a prolina é o mecanismo "sonhado" pelos químicos: é uma molécula muito simples, barata e que respeita o meio ambiente.
"É uma grande surpresa", reagiu o alemão, ao ser contactado por telefone pela Fundação Nobel.
"Pensei que alguém estava fazendo uma piada. Estava tomando café com minha esposa", disse o cientista alemão.
Ele explicou que no período da premiação, a esposa brinca que ele deveria ficar de olho no telefone para uma ligação da Suécia. "Mas hoje nós nem fizemos a piada", disse List.
"É difícil descrever o que você sente no momento, mas foi um momento muito especial que eu nunca vou esquecer", completou.
MacMillan é professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, enquanto List é diretor do Instituto Max Planck na Alemanha.
"Muitas áreas de pesquisa e indústrias dependem da capacidade dos químicos de construir moléculas que podem formar materiais elásticos e duráveis, armazenar energia em baterias ou inibir a progressão de doenças", afirmou o Comitê Nobel da Real Academia de Ciências da Suécia em um comunicado.
"Este trabalho exige catalisadores, que são substâncias que controlam e aceleram as reações químicas, sem fazer parte do produto final", acrescentou.
No ano passado, o prêmio foi atribuído a Emmanuelle Charpentier (França) e Jennifer Doudna (EUA), por suas pesquisas sobre as "tesouras moleculares", um avanço revolucionário para modificar os genes humanos.
A temporada do Nobel, que anunciou os vencedores de Medicina e Física na segunda-feira e terça-feira, prossegue na quinta-feira com o prêmio de Literatura e na sexta-feira com o da Paz. A categoria Economia é a última, na próxima segunda-feira (11).
Por causa da crise sanitária, pelo segundo ano consecutivo os vencedores receberão o prêmio em seus países de residência, mas ainda há uma pequena esperança de que o Nobel da Paz seja entregue em Oslo.
Lista dos vencedores das últimas dez edições do Prêmio Nobel de Química:
2021: Benjamin List (Alemanha) e David MacMillan (Estados Unidos), pelo "desenvolvimento da organocatálise assimétrica", uma nova ferramenta de construção de moléculas que tornou a Química mais "verde" e melhoro a pesquisa farmacêutica.
- 2020: Emmanuelle Charpentier (França) e Jennifer Doudna (EUA), por suas pesquisas sobre "tesouras moleculares", um avanço "revolucionário" para modificar genes humanos e, de alguma forma, reescrever o DNA, que pode ajudar a desenvolver novas terapias contra o câncer e tornar realidade o sonho de curar doenças hereditárias.
- 2019: John Goodenough (Estados Unidos), Stanley Whittingham (Grã-Bretanha) e Akira Yoshino (Japão), pela invenção das baterias de lítio, presentes em inúmeras tecnologias usadas do dia a dia.
- 2018: Frances H. Arnold, George P. Smith (Estados Unidos) e Gregory P. Winter (Reino Unido) por seus trabalhos que aplicam os mecanismos da evolução para criar novas e melhores proteínas em laboratório.
- 2017: Jacques Dubochet (Suíça), Joachim Frank (EUA) e Richard Henderson (Reino Unido) por terem desenvolvido a criomicroscopia eletrônica, um método revolucionário de observação das moléculas em 3D.
- 2016: Jean-Pierre Sauvage (França), Fraser Stoddart (Reino Unido) e Bernard Feringa (Holanda), pais das minúsculas "máquinas moleculares" que prenunciam os nanorrobôs do futuro.
- 2015: Tomas Lindahl (Suécia), Paul Modrich (EUA) e Aziz Sancar por seu trabalho no mecanismo de reparo do DNA, que pode levar a novos tratamentos de câncer.
- 2014: Eric Betzig, William Moerner (EUA) e Stefan Hell (Alemanha), pelo desenvolvimento de microscopia fluorescente de alta resolução.
- 2013: Martin Karplus Michael Levitt Unido) e Arieh Warshel pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos.
- 2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (EUA), pelo trabalho com receptores que permitem às células compreender seu ambiente, um avanço essencial para a indústria farmacêutica.
Os dois cientistas, ambos de 53 anos, foram premiados pelo desenvolvimento em 2000 da organocatálise assimétrica, um novo tipo de catalisador revolucionário, que avançou a uma "velocidade prodigiosa" desde então, explicou o júri do Nobel em Estocolmo.
Os catalisadores são mecanismos fundamentais para os químicos.
Mas durante muito tempo os cientistas pensavam que havia apenas dois tipos de catalisadores disponíveis: os metais e as enzimas.
De maneira independente um do outro, List e MacMillan, desenvolveram um terceiro tipo, utilizando "pequenas moléculas orgânicas" como a prolina, destacou o júri.
Ao contrário dos metais e das enzimas, a prolina é o mecanismo "sonhado" pelos químicos: é uma molécula muito simples, barata e que respeita o meio ambiente.
"É uma grande surpresa", reagiu o alemão, ao ser contactado por telefone pela Fundação Nobel.
"Pensei que alguém estava fazendo uma piada. Estava tomando café com minha esposa", disse o cientista alemão.
Ele explicou que no período da premiação, a esposa brinca que ele deveria ficar de olho no telefone para uma ligação da Suécia. "Mas hoje nós nem fizemos a piada", disse List.
"É difícil descrever o que você sente no momento, mas foi um momento muito especial que eu nunca vou esquecer", completou.
MacMillan é professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, enquanto List é diretor do Instituto Max Planck na Alemanha.
"Muitas áreas de pesquisa e indústrias dependem da capacidade dos químicos de construir moléculas que podem formar materiais elásticos e duráveis, armazenar energia em baterias ou inibir a progressão de doenças", afirmou o Comitê Nobel da Real Academia de Ciências da Suécia em um comunicado.
"Este trabalho exige catalisadores, que são substâncias que controlam e aceleram as reações químicas, sem fazer parte do produto final", acrescentou.
No ano passado, o prêmio foi atribuído a Emmanuelle Charpentier (França) e Jennifer Doudna (EUA), por suas pesquisas sobre as "tesouras moleculares", um avanço revolucionário para modificar os genes humanos.
A temporada do Nobel, que anunciou os vencedores de Medicina e Física na segunda-feira e terça-feira, prossegue na quinta-feira com o prêmio de Literatura e na sexta-feira com o da Paz. A categoria Economia é a última, na próxima segunda-feira (11).
Por causa da crise sanitária, pelo segundo ano consecutivo os vencedores receberão o prêmio em seus países de residência, mas ainda há uma pequena esperança de que o Nobel da Paz seja entregue em Oslo.
Lista dos vencedores das últimas dez edições do Prêmio Nobel de Química:
2021: Benjamin List (Alemanha) e David MacMillan (Estados Unidos), pelo "desenvolvimento da organocatálise assimétrica", uma nova ferramenta de construção de moléculas que tornou a Química mais "verde" e melhoro a pesquisa farmacêutica.
- 2020: Emmanuelle Charpentier (França) e Jennifer Doudna (EUA), por suas pesquisas sobre "tesouras moleculares", um avanço "revolucionário" para modificar genes humanos e, de alguma forma, reescrever o DNA, que pode ajudar a desenvolver novas terapias contra o câncer e tornar realidade o sonho de curar doenças hereditárias.
- 2019: John Goodenough (Estados Unidos), Stanley Whittingham (Grã-Bretanha) e Akira Yoshino (Japão), pela invenção das baterias de lítio, presentes em inúmeras tecnologias usadas do dia a dia.
- 2018: Frances H. Arnold, George P. Smith (Estados Unidos) e Gregory P. Winter (Reino Unido) por seus trabalhos que aplicam os mecanismos da evolução para criar novas e melhores proteínas em laboratório.
- 2017: Jacques Dubochet (Suíça), Joachim Frank (EUA) e Richard Henderson (Reino Unido) por terem desenvolvido a criomicroscopia eletrônica, um método revolucionário de observação das moléculas em 3D.
- 2016: Jean-Pierre Sauvage (França), Fraser Stoddart (Reino Unido) e Bernard Feringa (Holanda), pais das minúsculas "máquinas moleculares" que prenunciam os nanorrobôs do futuro.
- 2015: Tomas Lindahl (Suécia), Paul Modrich (EUA) e Aziz Sancar por seu trabalho no mecanismo de reparo do DNA, que pode levar a novos tratamentos de câncer.
- 2014: Eric Betzig, William Moerner (EUA) e Stefan Hell (Alemanha), pelo desenvolvimento de microscopia fluorescente de alta resolução.
- 2013: Martin Karplus Michael Levitt Unido) e Arieh Warshel pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos.
- 2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (EUA), pelo trabalho com receptores que permitem às células compreender seu ambiente, um avanço essencial para a indústria farmacêutica.