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Estado de Minas UM CARA DO BEM

Russo vencedor do Nobel doará parte do prêmio a crianças com atrofia

Dmitry Muratov foi premiado com a filipina Maria Ressa; o jornal onde ele trabalha teve seis jornalistas assassinados


08/10/2021 11:44

Dmitry passa por colegas jornalistas que foram cobrir a premiação que deu a ele o Nobel da Paz
Dmitry Muratov é cofundador do jornal Novaya Gazeta, maior veículo de imprensa independente na Rússia (foto: Dimitar DILKOFF / AFP)


O jornalista russo  Dmitry Muratov, vencedor do Nobel da Paz em 2021 com a filipina Maria Ressa , anunciou que vai doar parte do prêmio para o tratamento de crianças com atrofia muscular espinhal (AME), doença genética rara que afeta a capacidade de locomoção, alimentação e respiração.

"É certo que esse prêmio vai apoiar as crianças com atrofia muscular espinhal e o jornalismo", declarou Muratov, cofundador do jornal Novaya Gazeta, maior veículo de imprensa independente na Rússia e que se notabilizou por reportagens investigativas contra as autoridades do país.

"Para o restante, a decisão caberá à direção editorial [do Novaya Gazeta]", acrescentou, de acordo com a agência independente Interfax. Muratov terá direito a 5 milhões de coroas suecas (R$ 3,15 milhões pela cotação atual), metade do prêmio total de 10 milhões de coroas (R$ 6,3 milhões).

"Esse mérito não é meu, é do Novaya Gazeta, daqueles que foram mortos defendendo o direito das pessoas à liberdade de expressão", acrescentou o jornalista à agência estatal Tass.
   
Segundo o Comitê Norueguês do Nobel, "o jornalismo baseado em fatos e a integridade profissional do Novaya Gazeta o tornaram uma importante fonte de informações sobre aspectos censuráveis da sociedade russa que raramente são mencionados por outros veículos".
   
Desde que o jornal foi lançado, seis de seus jornalistas já foram assassinados, incluindo Anna Politkovskaia, autora de reportagens investigativas sobre a guerra na Chechênia e cujo homicídio completou 15 anos no último dia 7 de outubro.
   
"Apesar dos assassinatos e das ameaças, o editor-chefe Muratov se recusou a abandonar a política de independência do jornal", justificou o comitê do Nobel da Paz. (ANSA).


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