Causada pelas perturbações do tráfego mundial decorrentes da pandemia da covid-19, a situação já dura "mais de um ano" e "continuará por mais seis, ou nove, meses", afirmou o diretor de Assuntos Externos do BPA, Mark Simmonds.
Vários porta-contêineres gigantes repletos de mercadorias para o Natal tiveram de ser desviados de Felixstowe, o maior porto de contêineres britânico, na costa leste, para portos europeus, devido ao congestionamento em seus terminais, anunciou a gigante de navegação Maersk, na terça-feira (12).
Estes grandes cargueiros atracam em outros portos, como Roterdã, ou Antuérpia, e depois as mercadorias são transferidas para navios menores que as levam de volta para Felixstowe.
O porto inglês, que movimenta 36% da carga marítima do Reino Unido, é "um dos 3-4 portos mais afetados do mundo", segundo o Maersk.
Este congestionamento não é específico do Reino Unido, afirma a BPA, que registra tempos de espera na entrada de seus terminais "muito abaixo" da média mundial de "aproximadamente uma semana".
A situação "é muito pior na China e nos Estados Unidos", afirma Simmonds.
E os portos, ele explica, "estão todos conectados": um navio que sai da China, ou do Oriente Médio, uma semana depois do previsto e acumula atrasos em suas escalas dificulta para os portos a organização do planejamento de sua chegada ao Reino Unido.
As lojas "começam a encher seus estoques para o Natal em setembro-outubro", o que cria um pico de transporte nesta época do ano, mas todas as mercadorias poderão ser importadas a tempo, disse Simmonds.
No caso do Reino Unido, a situação se vê agravada pela significativa falta de caminhoneiros - 100 mil, segundo funcionários do setor. Isso faz os contêineres se acumularem nos portos, já que não há motoristas para transportá-los.
"Está claro que há um problema complexo, sobretudo, com os caminhoneiros, não apenas aqui, mas em toda Europa", declarou o copresidente do Partido Conservador no poder Oliver Dowden, em entrevista à Sky News, nesta quarta-feira (13).
O governo britânico está "trabalhando para resolver esses problemas", garantiu, declarando-se "convencido de que as pessoas poderão comprar seus brinquedos no Natal".
audima