Na terça-feira, o juiz Tareq Bitar, vítima de uma campanha de difamação, foi obrigado a suspender sua investigação pela segunda vez. Pouco antes, emitiu uma ordem de prisão contra o ex-ministro das Finanças e deputado Ali Hassan Khalil, alto responsável do movimento Amal, um partido xiita aliado do Hezbollah.
O magistrado é alvo de uma campanha promovida por vários partidos, como o Hezbollah, que na segunda-feira o acusou de politizar a investigação, solicitando que seja substituído.
A explosão, que ocorreu em 4 de agosto de 2020 por causa do armazenamento, sem as medidas de segurança pertinentes, de enormes quantidades de nitrato de amônio, provocou mais de 200 mortes e 6.500 feridos e destruiu bairros inteiros de Beirute.
As autoridades rejeitaram a realização de alguma investigação internacional e as famílias das vítimas e as ONGs as acusam de prejudicar a investigação local.
Além disso, os responsáveis políticos, de todas as tendências, se recusam a serem interrogados pelo juiz.
Este assunto quase impediu uma reunião de governo celebrada na terça-feira à tarde, explicou à AFP um responsável que pediu anonimato.
Os ministros do Hezbollah "pediram que o juiz seja substituído, mas o governo não está habilitado para fazer isso e esse tema corresponde ao alto conselho de justiça", explicou a fonte.
Além disso, o Conselho de Ministros que estava previsto para terça-feira foi adiado, por não ter chegado a um acordo sobre essa questão do magistrado.
Ao mesmo tempo, simpatizantes do Hezbolla e de Amal convocaram uma manifestação para quinta-feira (14) em frente ao Palácio da Justiça, onde os familiares das vítimas da explosão costumam se reunir, exigindo que a investigação seja finalizada.
O governo do Líbano, dirigido pelo primeiro-ministro Najib Mikati, foi formado em 10 de setembro, após mais de um ano de vazio político, depois que o Executivo de Hasan Diab renunciou por causa da explosão.
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