O capitão do navio italiano "Asso 28" foi considerado culpado por um tribunal de Nápoles (sul) por ter violado o direito internacional, que proíbe o retorno forçado de migrantes para países onde sua segurança não está garantida.
Em 30 de julho de 2018, o navio "Asso 28" resgatou 101 migrantes, incluindo cinco menores e cinco grávidas, perto de uma plataforma petrolífera, em águas internacionais. Na sequência, conduziu-os para o porto de Trípoli e entregou o grupo aos guardas líbios.
A decisão judicial foi elogiada por organizações de defesa de migrantes, incluindo a Médicos sem Fronteiras (MSF), que lutam contra sua devolução forçada para os países de onde normalmente partem.
"Precisamos de uma mudança radical nas políticas de migração da Itália e da Europa", pediu a ONG, que há anos considera a Líbia um país não seguro.
Em 2021, pelo menos 26.314 pessoas foram devolvidas à força para a Líbia, segundo cálculos da SOS Mediterráneo, informa esta ONG em sua conta no Twitter.
A Líbia é um importante ponto de partida para dezenas de milhares de migrantes, principalmente de países da África Saariana. A cada ano, eles tentam entrar na Europa pela costa italiana, a cerca de 300 quilômetros de distância.
Desde o início deste ano, 1.465 migrantes morreram afogados, ou desapareceram, no Mediterrâneo, de acordo com os últimos dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
ROMA