O julgamento da contadora Penelope Jackson, 66 anos, que ficou mundialmente conhecida após admitir friamente o assassinato do marido David Jackson, 78 anos, em fevereiro deste ano, está em andamento no Reino Unido. No Tribunal de Bristol, detalhes do crime tem surpreendido os presentes e deixado a história mais lamentável: Penelope afirma que na noite do episódio iria se matar. Ela diz que o companheiro “a provocou”, o que a fez esfaqueá-lo até a morte. As informações são do The Guardian.
O ponto de explosão de Penelope ocorreu quando David a chamou de “patética”, após terem uma longa discussão em um jantar de aniversário. A britânica afirma que a briga foi causada pela discordância de um acompanhamento do jantar, o que fez com que David gritasse com ela na frente da filha.
“Meu casamento havia acabado de implodir. Toda minha tolerância à violência, ao sexo indesejado, a depreciação, o impedimento de fazer coisas, todas as coisas horríveis de que lhe contei e aguentei foi em vão, porque naquela noite ele se mostrou pra nossa filha e mostrou seu total e absoluto desprezo por mim”, declarou ao júri.
Furiosa, ela afirma que foi até o quarto pedir que ele se desculpasse. “Em vez disso, ele disse: ‘pelo amor de Deus, você é patética’. Eu continuei a pedir que ele admitisse que se arrependesse e que não fiz nada de errado e ele me mandou calar a boca”, lembra.
Nesse momento, Penelope pegou a faca que escondeu embaixo do travesseiro. O objeto estava lá para que ela tirasse a própria vida na mesma noite. Só que David disparou um gatilho que fez os planos mudarem.
“Eu comprei para mim um conjunto de facas muito boas. Coloquei uma embaixo do meu travesseiro. Eu não via saída. Eu simplesmente perdi o controle. Não sei porque fiz isso, nunca fui violenta. Ele apenas olhou para mim, sentou e havia sangue”, contou.
Depois da primeira facada, Penelope foi até a cozinha. David a seguiu e pegou o telefone para pedir ajuda. No meio do caminho, ele disse à esposa que ela “não conseguia nem acertar” e que era “tão patética” por isso. Foi esse o momento da segunda facada — considerada a fatal.
Histórico de abusos
O caso de Penelope ficou conhecido pela reação fria à morte do marido. Ao ligar para a emergência, a mulher admitiu que esfaqueou o marido, afirmou que “deveria ter esfaqueado um pouco mais” e comemorou quando o policial disse que ele estava morto.
No júri, ela disse que a atitude é resultado de mais de 20 anos de abuso. De acordo com ela, o marido controlava desde o programa de televisão que ela deveria assistir até o tipo de rádio que ela ouvia. Penelope afirma que era submetida a “empurrões e gritos”, além de ser forçada a fazer sexo com o marido.
O julgamento continua.