Jornal Estado de Minas

SANTIAGO

Economista Thomas Piketty recomenda que constituintes no Chile incluam maior 'justiça fiscal'

O conhecido economista francês Thomas Piketty recomendou nesta sexta-feira (22) a um grupo de membros da Convenção Constituinte do Chile que incluam no projeto de Constituição uma "tributação progressiva que dependa do nível de renda" para corrigir a desigualdade.



"O Chile é um país extremamente desigual que precisa de mais justiça social e fiscal e que tem na nova Constituição uma grande oportunidade", afirmou o acadêmico em uma coletiva virtual com seis dos 155 constituintes que em 4 de julho iniciaram a tarefa de elaborar uma nova Constituição para substituir a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

O economista, amplamente citado por líderes políticos de esquerda que ganharam apoio após a crise social vivida pelo país sul-americano desde outubro de 2019, recomendou uma "tributação progressiva que dependa do nível da renda".

Embora nos últimos 10 anos a desigualdade no Chile tenha diminuído, "ainda é (um país) altamente desigual", afirmou, acrescentando que "60% da renda está concentrada em 10% da população".

"São dias muito especiais, reescrever a Constituição e fazer isso dessa forma democrática em um ambiente de paz não costuma acontecer na história", celebrou Piketty, durante o encontro organizado pela fundação Friedrich-Ebert-Stifung.

O autor do livro de sucesso "O capital no século XXI" afirmou que "é muito importante que a Constituição mostre uma noção de tributação ou de justiça fiscal e dos direitos de propriedade, de tal forma que conceda às assembleias legislativas a capacidade de definirem o nível da tributação progressiva, e também que no regime de propriedade se respeitem os direitos respectivos dos donos das propriedades".

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