O presidente dos Estados Unidos embarca na próxima quinta-feira para a Itália, onde acontecerá no fim de semana a reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo. Em seguida, partirá para o Reino Unido, onde participará da conferência internacional sobre o clima COP26.
Biden, que tem buscado assumir o papel de "líder do mundo livre" (abandonado por Donald Trump) e que se apresenta como chefe das forças democráticas ante as potências autoritárias, lideradas pela China, deve liderar esses dois eventos sem problemas. Os presidentes chinês e russo não participarão dos encontros, devido a preocupações sanitárias
- Vaticano -
Antes desses eventos, o presidente americano, um católico fervoroso, irá se reunir com o Papa na sexta-feira, no Vaticano. Nesse mesmo dia, terá um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, para virar a página da crise envolvendo contratos de compra de submarinos, um assunto que, assim como a retirada caótica do Afeganistão, pesam sobre a aura de Biden, que repete que "os Estados Unidos estão de volta".
Antes disso, os aliados americanos haviam aplaudido Biden durante a reunião de junho do G7, celebrando o retorno dos Estados Unidos ao acordo climático de Paris, bem como sua disposição de negociar com o Irã e a Coreia do Norte, e sua determinação a acabar com a pandemia.
Nesta terça-feira, seu assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, afirmou que a relação entre os Estados Unidos e os europeus vai muito bem. Já Heather Conley, do Centro para Estudos Estratégicos Internacionais, disse ontem em entrevista telefônica que os quatro meses e meio transcorridos desde o G7 "esfriaram o ânimo dos europeus".
- 'Desastre climático' -
No G20, os Estados Unidos não hesitarão em afirmar seu papel de motor na implementação de um imposto mínimo para as empresas no mundo e na distribuição internacional de vacinas. Também espera compromissos financeiros de seus parceiros em favor de países pobres e da transição energética.
Biden, cujo índice de confiança segue caindo, pretende abordar dois problemas bastante concretos para os americanos: o aumento dos preços da energia e as perturbações persistentes no comércio mundial. Em Glasgow, ele defenderá, segundo Jake Sullivan, a ideia de que "não existe contradição" entre o combate às mudanças climáticas e a busca por prosperidade econômica.
Washington não quer apresentar a transição energética como uma coerção ou um sacrifício, apesar das mensagens alarmistas da ONU, repetidas nesta terça-feira, sobre o "desastre climático" que está por vir. "Vocês verão o que quer dizer fazer política externa para a classe média americana", disse Sullivan na última quarta-feira, como se fosse necessário esclarecer que, mesmo no cenário internacional, Joe Biden nunca perde de vista os interesses nacionais.
audima