Jornal Estado de Minas

DESCOBERTA

Nasa pode ter descoberto 1° planeta a orbitar outra galáxia

Pesquisadores da Nasa informaram, na última segunda-feira (25/10), que podem ter detectado sinais da existência de um planeta transitando por uma estrela fora da Via Láctea. Se a descoberta for verídica, esse será o primeiro planeta a ser descoberto fora de nossa galáxia.





 

Os cientistas mostraram que o possível exoplaneta foi descoberto na Galáxia Redemoinho, a galáxia espiral Messier 51 (M51). Eles usaram o telescópio de raios-X Chandra.

O que é um exoplaneta?

Exoplanetas são planetas fora do nosso sistema solar e que, geralmente, orbitam estrelas que não sejam o Sol em nossa galáxia. De acordo com a Nasa, todos os exoplanetas encontrados estavam na Via Láctea, e a maioria deles a menos de 3 mil anos-luz do planeta Terra.

 

O possível exoplaneta que orbita a Galáxia Redemoinho está aproximadamente a 28 milhões de anos-luz de distância da Terra, estando milhares de vezes mais distante do que os encontrados na Via Láctea.





 

A professora de astronomia do Centro de Astrofísica de Harvard & Smithsonian em Cambridge, Massachussets, liderou o estudo e disse que o grupo de cientistas está tentando estudar novas áreas para a encontrar outros mundos.

 

“Estamos tentando abrir uma área totalmente nova para encontrar outros mundos, procurando candidatos a planetas em comprimentos de ondas de raio-X, uma estratégia que permita descobri-los em outras galáxias”, completou.

A pesquisa

Os pesquisadores estavam procurando quedas no brilho de raios-X dentro dos brilhos binários de raio-X. Quando isso ocorre, normalmente, contêm uma estrela de neurônios, quando uma estrela massiva colapsa, ou um buraco negro puxa o gás de uma estrela orbitando por perto. O material que está perto da estrela de nêutron ou do buraco negro se superaquece e brilha em raios-x.





 

Exoplanetas são fáceis de serem detectados, pois a região que cria raios-X brilhantes é pequena, e quando um planeta passa na frente, ele bloquearia quase todos os raios-X, permitindo que exoplanetas sejam detectados a longas distâncias.

 

Entretanto, é preciso esperar um longo tempo para confirmar a existência do exoplaneta exogalático. Ele possui uma grande órbita e, por isso, não passaria à frente de um parceiro binário pelos próximos 70 anos, fazendo com que a pesquisa leve décadas para confirmar a observação.

 

“Infelizmente para confirmar se estamos vendo um planeta precisaríamos esperar décadas para ver outra passagem”, conta o astrofísico Nia Imara, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, em comunicado. “E por causa das incertezas em relação à duração de sua órbita, não saberíamos exatamente quando olhar”.





E se for confirmada a existência do exoplaneta exogalático?

Caso o planeja seja real, cientistas acreditam que ele teria sobrevivido a uma explosão de uma supernova que criou uma estrela de nêutron ou buraco negro. No futuro, uma estrela companheira também pode explodir como supernova, o que causará o bombardeio do planeta com altíssimos níveis de radiação.

 

Os pesquisadores ainda vão pesquisar sobre outros exoplanetas e outras galáxias nos arquivos em Chadra, que possui muitos dados de outras 20 galáxias, e no satélite XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia. Eles informaram que outra linha de pesquisa interessante é a procura por trânsito de raios-X nas fontes da Via Láctea para, assim, descobrir novos planetas próximos em ambientes incomuns.

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira 

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