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PEQUIM

Epic Games retira Fortnite da China por restrições

A gigante americana de tecnologia Epic Games anunciou a retirada do seu popular jogo de sobrevivência Fortnite da China, meses depois que as autoridades impuseram restrições ao maior mercado mundial de jogos digitais.



Pequim impôs regulamentações severas a vários setores como parte de um esforço para aumentar seu controle sobre a economia, com as empresas de tecnologia sendo as mais atingidas.

Em setembro, as autoridades disseram que pretendiam conter o vício em jogos na China reduzindo o tempo que os menores são autorizados a passar jogando online e ordenaram que os jogadores usassem uma carteira de identidade ao se registrar.

A mudança foi um duro golpe para a capacidade das empresas de obter lucro no país e fez com que os preços de suas ações despencassem.

Em resposta, a Epic anunciou que encerrará o jogo extremamente popular em 15 de novembro.

"O teste beta do Fortnite China chegou ao fim e os servidores serão desligados", avisou a empresa em um comunicado.

"Em 15 de novembro (...) vamos desligar os servidores do jogo e os jogadores não conseguirão se conectar", acrescentou.

A medida encerrou um teste da versão do Fortnite criada especificamente para o mercado chinês, onde o conteúdo é monitorado para evitar violência excessiva.



O Fortnite é um jogo participativo no qual os usuários interagem online em um ambiente hostil. Embora atuem em grupo, o objetivo é ser o último sobrevivente.

O download é gratuito, mas gera bilhões de dólares de receita com compras de elementos extras aos personagens. É um dos jogos mais populares do mundo, com mais de 350 milhões de usuários, mais que a população dos Estados Unidos.

Na China, a Epic lançou uma versão especificamente para o mercado chinês com um controle rígido sobre elementos violentos, obscenos ou politicamente sensíveis.

Desde segunda-feira, essa versão não aceita mais novos players, afirmou a empresa, que tem entre seus acionistas a gigante digital chinesa Tencent.

Inclusive, as ações do consórcio chinês Tencent caíram na bolsa de Hong Kong nesta terça.

Muitos jogadores chineses lamentaram na internet o anúncio do encerramento do Fortnite no país.

"Não esperávamos isso", disse uma jovem na rede social Weibo, o equivalente chinês do Twitter. "Choro com todas as lágrimas do meu corpo. Brinco com o meu namorado e estava morrendo de vontade de ver o que aconteceria", acrescentou.



Outros expressaram irritação pela perda da evolução de seus personagens, aos quais haviam dedicado muitas horas de jogo, e pediram à Epic Games para permitir que seus dados fossem transferidos para servidores fora do país.

A Epic Games é a segunda empresa americana a retirar um produto popular da China nas últimas semanas, depois que a Microsoft anunciou em outubro o fechamento de sua rede social LinkedIn no país asiático.

O gigante da informática foi uma das poucas empresas americanas a conseguir operar uma rede social na China, apesar da censura. Twitter e Facebook, por exemplo, não estão disponíveis no gigante asiático.

E em 2014, a Microsoft também foi a primeira empresa estrangeira a entrar no enorme mercado de videogames chinês com seu Xbox One.

Lançado em 2017, o Fortnite rapidamente se tornou um fenômeno global, com algumas partidas sendo assistidas ao vivo por milhões.

Seus editores realizam cada vez mais colaborações com celebridades que aparecem no jogo em forma de avatar, como a cantora americana Ariana Grande ou o jogador de futebol Neymar.

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