Para "dar uma chance" às discussões, a França adiou a entrada em vigor das medidas de represália até "ao menos quinta-feira", quando está previsto um encontro entre altos funcionários francês e britanico, segundo a Presidência francesa.
"As sanções não serão impostas enquanto negociamos (...). As próximas horas serão importantes", afirmou nesta segunda-feira o presidente francês Emmanuel Macron em Glasgow (Escócia), horas antes do primeiro ultimato estabelecido por Paris.
O governo britânico celebrou essa decisão e destacou que a "França reconhece que é preciso ter discussões profundas para resolver as dificuldades na relação entre o Reino Unido e a União Europeia (UE)".
Dos dois lados do Canal da Mancha, seus líderes adotaram um tom mais conciliador na segunda-feira em Glasgow, onde acontece a conferência da ONU sobre o clima (COP26), depois de um aumento da tensão durante uma cúpula do G20 em Roma.
As negociações aceleraram, mas Paris não espera uma resposta para suas últimas propostas antes de quarta-feira, disse o Eliseu.
Uma porta-voz da Comissão Europeia disse que as negociações de segunda-feira em Bruxelas permitiram traçar "o caminho a seguir em vários aspectos" e que continuariam nesta terça e "mais adiante na semana".
Devido ao acordo pós-Brexit entre Reino Unido e UE, os pescadores do bloco podem continuar em águas britânicas, mas apenas se provarem que já pescavam nessa área antes.
Franceses e britânicos discordam sobre a natureza e o alcance dos documentos de comprovação, em pleno contexto de tensão por outras questões, como os migrantes que cruzam o Canal da Mancha.
Se Londres não conceder mais licenças aos pescadores franceses, Paris planeja proibir que os navios de pesca britânicos desembarquem sua carga nos portos da França e reforçar os controles de navios e caminhões.
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