A Espanha restaurou, nesta quarta-feira (10), os tratamentos de fertilidade pagos pela saúde pública para mulheres solteiras, lésbicas e bissexuais, enquanto ampliou sua cobertura para incluir transexuais capazes de conceber.
Há muito tempo reivindicada por grupos de defesa dos direitos LGBTQI%2b, a medida é defendida pelo governo de esquerda como um passo em direção à igualdade.
Leia Mais
Antes de cúpula com China, EUA afirma que priorizará evitar invasão de TaiwanFabricante de carros elétricos faz estreia arrasadora na Bolsa de Nova YorkBiden define como 'prioridade' reverter tendência inflacionária dos EUAOs tratamentos de reprodução assistida são gratuitos na Espanha, mas, em 2014, o governo conservador do Partido Popular limitou-os às mulheres heterossexuais com um parceiro, obrigando as demais a pagarem por tratamentos privados.
Desde então, o tratamento de fertilização in vitro gratuito ficou restrito aos casos relacionados com problemas de fertilidade decorrentes de uma condição médica, ou com o objetivo de prevenir doenças graves.
Não estava disponível para mulheres que não tiveram a possibilidade de conceber, mas sem ter problemas de fertilidade - caso das solteiras, ou lésbicas.
"O governo devolveu o direito de mulheres solteiras, lésbicas e bissexuais terem acesso às técnicas de reprodução humana assistida (RHA) no Sistema Nacional de Saúde e ampliou-o para transexuais com capacidade de gestar", celebrou o Ministério da Saúde, em um comunicado.
A medida que entrou em vigor nesta quarta beneficiará cerca de 8.500 mulheres, segundo o governo do socialista Pedro Sánchez, cumprindo uma promessa poucas semanas depois de assumir o governo, em meados de 2019.
"É um marco", disse a ministra da Saúde, Carolina Darias, ao assinar o decreto na semana passada.
"A Espanha é uma referência mundial em saúde pública e em direitos da mulher e do coletivo LGBTQI%2b", frisou.
Apesar da medida ditada pelo governo conservador há sete anos, muitas das 17 regiões autônomas da Espanha, responsáveis pela saúde pública, negaram-se a implementá-la. O atual governo, que se autodenomina feminista, tem um número recorde de 14 ministras e oito ministros no gabinete.