Para quem pensa que Massa se despediu do automobilismo quando deixou a F1 no final de 2017, se engana. Ele participou em seguida da Fórmula E, o campeonato de veículos elétricos, entre 2018 e 2020, e agora está na Stock Car.
De volta ao país depois de 15 anos em Mônaco, abriu um restaurante na capital paulista e fechou parceria com uma marca que comercializa açaí.
"Estou muito feliz, estou curtindo a vida", disse em entrevista à AFP. "É bom ter mais tempo para minha família, para meu filho. No final, você entende que ainda tem muitas coisas pela frente. E é bom ter tempo para você!"
Além disso, Massa, de 40 anos, assumiu a presidência da comissão de kart da Federação Internacional do Automóvel (FIA), com o objetivo de tornar a modalidade mais acessível para os jovens.
"Estamos trabalhando com fabricantes e equipes para entender como gastar menos na organização de corridas, viagens, quantidade de pneus usados, dias na pista", explica o vice-campeão mundial de 2008 com a Ferrari.
- "A F1 está crescendo" -
Embora diga que já viu progresso, Massa "ainda não está satisfeito". "Não é fácil brigar com os fabricantes", afirma.
"Eles são exatamente como na F1, querendo ficar o máximo de tempo possível na pista", diz o brasileiro, que passou quinze anos na elite com a Sauber (2002-2005), Ferrari (2006-2013) e Williams (2014 -2017).
Voltando aos Grandes Prêmios este ano como embaixador, o ex-piloto está maravilhado com a virada que a modalidade deu desde que deixou a principal categoria do automobilismo mundial.
"É incrível ver a quantidade de espectadores nos circuitos da Bélgica, Holanda, Estados Unidos ou México", comemora.
"Temos muitos novos fãs, talvez graças à Netflix [cuja série de documentários sobre a F1 é um sucesso], e todos eles são jovens."
"Outro dia eu estava no meu restaurante com [os pilotos] Charles (Leclerc) e Daniel (Ricciardo), você não pode imaginar quantos fãs estavam esperando do lado de fora", declarou. "Você entende o quanto a F1 está crescendo."
- "Verstappen merece" -
"E a temporada é realmente fantástica, o que ajuda muito", disse o piloto, que alcançou 41 pódios na elite do automobilismo, incluindo onze vitórias e dezesseis pole positions.
Massa aposta na vitória do holandês Max Verstappen (Red Bull) sobre o britânico Lewis Hamilton (Mercedes), no confronto direto eletrizante entre ambos pelo título quando faltam quatro corridas para o fim da temporada, incluindo a prova deste domingo em Interlagos.
"Na minha opinião, Max merece [o título]. Ele não comete erros. Claro, houve confrontos com Lewis, mas a corrida pelo título é outra coisa", diz ele.
"Ter pilotos de equipes diferentes lutando pelo título em si é uma coisa muito boa. Ter um campeão diferente seria fantástico para a F1", acrescentou, referindo-se aos seis campeonatos de Hamilton nas últimas sete edições.
Massa falou sobre a necessidade de ter um piloto brasileiro na F1.
"Desde Emerson Fittipaldi [campeão em 1972 e 1974], provavelmente sempre tivemos um brasileiro na F1 e, desde 2017, acabou (.. .) É triste para um país apaixonado por este esporte. "
Embora o paulista tenha esperanças em Caio Collet (19 anos), nono no campeonato de Fórmula 3 de 2021 e apoiado pela equipe Alpine, e em Rafael Camara (16), que vai para a Fórmula 4 com o apoio da Ferrari após vencer no kart.
Espero que "em breve tenhamos outros nomes para vestir as cores" do Brasil, concluiu.
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