Até agora, apenas seu braço armado, as brigadas Ezedin al Qasam, estava proibido no Reino Unido desde março de 2001, embora o Hamas esteja há muito tempo na lista de "organizações terroristas" dos Estados Unidos e União Europeia.
Se a nova classificação for aprovada em um debate parlamentar na próxima semana em Londres, ser membro do Hamas ou promovê-lo levará à uma punição de até 14 anos de prisão pelas leis antiterrorismo britânicas, disse o Ministério do Interior em um comunicado.
"O Hamas tem capacidades terroristas significativas, incluindo acesso a um vasto e sofisticado arsenal e equipamento terrorista", disse a ministra Priti Patel no Twitter. "É por isso que estou agindo hoje para banir totalmente o Hamas", acrescentou.
"O Hamas é fundamentalmente e radicalmente antissemita", disse Patel em um discurso por ocasião de uma viagem a Washington, considerando necessário bani-lo para proteger a comunidade judaica.
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, saudou essa decisão, chamando o Hamas de "grupo islâmico radical que visa israelenses inocentes e busca a destruição de Israel".
Por sua vez, o porta-voz do Hamas, Hazem Qasem, denunciou "um crime contra nosso povo palestino e sua história de luta, bem como uma condenação das lutas legítimas dos povos livres contra o colonialismo".
A aplicação desta decisão representaria um "grande pecado político, moral e jurídico" por parte do Reino Unido, somando-se a "seu primeiro crime, a criação da entidade sionista e a declaração Balfour", acrescentou.
Assinada em 1917 pelo Ministro das Relações Exteriores britânico Arthur Balfour, esta declaração de apoio ao estabelecimento de um lar nacional judeu na Palestina é considerada um marco importante para a criação de Israel em 1948.
Em 2005, o exército israelense retirou-se unilateralmente de Gaza antes de impor um bloqueio ao território em 2007, quando o Hamas assumiu o poder após uma luta fratricida com o Fatah de Mahmoud Abbas.
Desde então, Hamas e Israel lutaram quatro guerras (2008, 2012, 2014 e 2021).
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