Dezenas de pessoas estiveram em uma das duas igrejas, reconstruídas com pedra. Alguns fiéis dirigiram-se até lá de regiões vizinhas do norte do Iraque, comprovou um correspondente da AFP.
O clero da Igreja Católica caldeia, vestindo o hábito cerimonial branco e dourado, ricamente decorado, entoou preces em árabe, ao som de címbalos e dos cânticos litúrgicos na língua da comunidade.
"Temos velhas lembranças neste mosteiro", declarou, emocionado, Maan Bassem Ajjaj, funcionário de 53 anos residente em Erbil, capital do Curdistão iraquiano. "Meu filho e minha filha foram batizados aqui. Toda sexta-feira, as famílias cristãs de Mossul se reuniam aqui".
A reforma das duas igrejas foi custeada pelo Departamento de Estado americano e uma ONG cristã, A Obra do Oriente, explicou à AFP o padre Samer Yohanna.
Mas ainda restam algumas partes do mosteiro a restaurar. Arrasado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em 2015, o edifício ficou 70% destruído, segundo o padre Yohanna.
"Podemos ver algumas paredes que continuam de pé, mas estão deterioradas e é preciso reforçá-las", explicou.
No claustro, em uma reprodução mural que representa São Jorge matando o dragão, as faces foram destruídas pelos jihadistas. No cemitério vizinho, há apenas uma lápide de pé, quase de forma milagrosa, entre escombros e montes de pedra.
Os jihadistas do grupo EI fizeram de Mossul sua "capital" no Iraque, depois de conquistá-la em 2014. Eles foram expulsos dali em 2017 pelo exército iraquiano e uma coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos.
A chegada dos jihadistas forçou milhares de cristãos a deixarem Mossul e a província de Nínive, que antigamente contavam com uma importante população cristã.
A comunidade cristã do país era de 1,5 milhão de pessoas antes da guerra, mas agora há apenas cerca de 400.000.
MOSSUL