"No Força Popular acreditamos que este governo tem demonstrado uma permanente incapacidade para conduzir o país. Por isso, a Bancada FP (Força Popular) decidiu assinar a moção de vacância presidencial", disse Keiko Fujimori por meio de sua conta no Twitter.
A decisão de Fujimori, que compromete seus 24 congressistas, dá um impulso vital à solitária proposta da legisladora conservadora Patricia Chirinos, que havia instado seus colegas na quinta-feira a reunir as 26 assinaturas necessárias para apresentar formalmente o pedido.
Pouco antes do anúncio, o partido de extrema direita Renovação Popular também divulgou seu apoio com seus nove parlamentares.
A possível destituição de Castillo está no ar desde o dia seguinte à sua eleição, quando os partidos de direita questionaram sua vitória com gritos de fraude, apesar do aval dado aos resultados por autoridades eleitorais e observadores internacionais da OEA e da União Europeia.
Castillo, um professor rural e sindicalista, venceu Keiko Fujimori por uma estreita margem de 44 mil votos na eleição de junho.
"Há um setor do Congresso que decidiu empurrar o impeachment", disse o analista Jeffrey Radzinski, citado pelo jornal La República.
Castillo, que assumiu a presidência em 28 de julho e cujo mandato termina em julho de 2026, é criticado por sua falta de direção e constantes crises ministeriais. Em menos de 120 dias de gestão, ele já mudou uma dezena de ministros e o partido governista Peru Livre (marxista) - a primeira minoria no Congresso com 37 votos - se dividiu.
A desaprovação presidencial chegou a 57%, de acordo com uma pesquisa da Ipsos divulgada em 14 de novembro.
A moção de impeachment precisa do apoio de 26 parlamentares para ser apresentada ao plenário do Congresso, mas então são necessários 40% de votos a favor entre os legisladores presentes para levá-la a discussão. Para destituir o presidente do cargo, são exigidos 87 votos de um total de 130.
Em novembro de 2020, o presidente Martín Vizcarra foi removido do poder em um processo expresso no Congresso. E em março de 2018, Pedro Pablo Kuczysnki renunciou à Presidência na véspera de uma segunda tentativa de impeachment após sair vitorioso de outra em dezembro de 2017.
LIMA