O primeiro-ministro, Viktor Orban, de tendência nacionalista, e seu partido Fidesz estão se preparando para uma eleição apertada na primavera de 2022 contra um único candidato da oposição, Peter Marki-Zay.
"Observo um ambiente de mídia distorcido na Hungria, onde o pluralismo, a independência e a diversidade da mídia estão em questão", disse em Budapeste Irene Khan, relatora especial da ONU para a proteção da liberdade de opinião e expressão.
"Em um contexto eleitoral, é importante garantir uma cobertura equilibrada, acesso igual a todos os candidatos e uma abordagem imparcial dos veículos de serviço público", acrescentou ela durante uma entrevista coletiva após uma visita de vários dias.
Sob os mandatos de Orban, que está no poder desde 2010, a mídia pública se tornou um alto-falante para a política do governo e pessoas próximas ao poder compraram grande parte da imprensa privada. Alguns grupos desapareceram e outros mudaram de linha editorial.
Irene Khan, uma especialista independente nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, lamentou "os ataques à liberdade de imprensa, que não são um fenômeno isolado, mas um sinal preocupante de um esquema maior".
Segundo ela, as leis têm sido utilizadas para "eliminar vozes discordantes", uma violação flagrante das "normas e direitos internacionais".
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