A Itália vai restringir o acesso de pessoas não vacinadas contra a COVID-19 a alguns locais fechados, em um esforço para evitar um aumento nas infecções, no momento em que a Europa enfrenta a quarta onda da pandemia.
Nesta quarta-feira (24/11), o governo aprovou um decreto permitindo que apenas aqueles que foram vacinados ou se recuperaram recentemente do coronavírus entrem em locais como cinemas, restaurantes e hotéis a partir de 6 de dezembro.
Além disso, qualquer pessoa que usar transporte público terá que ser vacinada ou apresentar teste negativo. As medidas vão durar até 15 de janeiro.
O país também deve estender a vacinação obrigatória, já em vigor para profissionais de saúde, a professores e policiais a partir de 15 de dezembro. A aplicação da dose de reforço será compulsória para o pessoal sanitário.
A reunião desta quarta foi convocada pelo primeiro-ministro Mario Draghi para discutir o endurecimento das medidas sanitárias contra a pandemia, mas sem punir aqueles que se vacinaram - pouco mais de 84% do público-alvo, de acordo com o Ministério da Saúde.
Apesar de apresentar um índice de imunização de 72,7% da população, acima da média da União Europeia, a Itália tem cerca de 7 milhões de pessoas aptas a se imunizar que não tomaram nem sequer a primeira dose, o que deixa espaço para os casos continuarem subindo.
O país registrou nesta quarta mais 12.448 casos e 85 mortes por COVID-19, de acordo com boletim do Ministério da Saúde local. A média móvel de contágios diários em sete dias subiu pela 22ª vez consecutiva e atingiu 10.192, alta de 64% na comparação com duas semanas atrás, enquanto a de mortes subiu de 62 para 64, cifra 38% maior do que há 14 dias. O número de mortes desta terça é o maior desde 10 de junho.
Com as medidas adotadas nesta quinta (25/11), o Gabinete de Draghi torna ainda mais rígido o "passe verde", certificado sanitário exigido para o acesso a praticamente todas as atividades no país, inclusive locais de trabalho.
Atualmente, o passaporte pode ser obtido por vacinados, recém-curados ou testados contra a COVID, mas o governo vai restringi-lo às duas primeiras categorias, já que italianos antivacina preferem fazer de dois a três exames por semana a se imunizar.
Apelidado agora de "superpasse verde" pela imprensa italiana, o passaporte que só admite vacinados e curados vai valer para atividades de lazer, como academias, cinemas e eventos esportivos, mas não para locais de trabalho, que ainda admitirão indivíduos que tenham sido apenas testados.
Quarentena na Eslováquia
Nesta quarta (24/11), a Eslováquia também endureceu as medidas para conter a pandemia e anunciou um confinamento de 15 dias para conter a explosão nos novos casos, seguindo o modelo adotado pela vizinha Áustria.
De acordo com o ministro da Economia, Richard Sulík, a medida entra em vigor já nesta quinta-feira, apenas três dias depois de o país ter iniciado um confinamento de pessoas não vacinadas contra o novo coronavírus. A Eslováquia tem uma das taxas de vacinação mais baixas da União Europeia, com apenas 42,8% da população totalmente vacinados.
Com o confinamento, restaurantes e lojas de artigos não essenciais serão fechados, medida semelhante àquela implantada pela Áustria no início da semana. O país contabiliza 1,1 milhão de casos e 14,1 mil mortes desde o início da pandemia, mas 224 mil contágios (20%) e 1.050 óbitos (7,5%) ocorreram apenas nos últimos 28 dias, de acordo com o monitoramento da Universidade Johns Hopkins.
Na semana passada, a Holanda se tornou o primeiro país europeu a voltar à quarentena após um aumento de casos de COVID-19. A Europa vive uma nova onda, principalmente entre não vacinados, e as infecções bateram recordes em partes do continente nesta quarta-feira. O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), a agência de saúde pública da União Europeia, recomendou reforços de vacinas para todos os adultos, com prioridade para maiores de 40 anos.
Além da Eslováquia, República Tcheca, Holanda e Hungria relataram novos aumentos de infecções diárias, conforme o inverno atinge a Europa e as pessoas se reúnem em ambientes fechados antes do Natal, terreno fértil para a transmissão da doença.
700 mil mortos a mais
A Europa pode registrar 700 mil mortes adicionais por coronavírus nos próximos meses, chegando à marca de 2,2 milhões de vidas perdidas para a doença em março do próximo ano, informou nesta terça-feira (23/11), a Organização Mundial da Saúde.
De acordo com a previsão, os leitos hospitalares de 25 países deverão estar sob alta ou extrema pressão no dia 1º de março de 2022. O mesmo deve acontecer com as unidades de terapia intensiva em 49 dos 53 países que fazem parte da zona europeia da OMS (que inclui Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas, além da Turquia).
"A região europeia ainda está sob os efeitos da COVID-19. Na última semana, as mortes registradas aumentaram para quase 4.200 por dia, o que é o dobro das 2.100 mortes diárias registradas no final de setembro", destacou a OMS em comunicado. "A situação é muito grave", afirmou o diretor regional da agência na Europa, Hans Kluge, apelando à reintrodução de medidas de distanciamento, higiene e uso de máscaras.
A Europa enfrenta a variante Delta, prevalente em seu território e altamente contagiosa. Apesar disso, há um afrouxamento de restrições sanitárias em diversos países.
A vacinação também vem sendo um problema. Na União Europeia, 67,7% da população está totalmente imunizada, embora os países do continente tenham há muito tempo doses suficientes para imunizar toda a sua população.
Há uma verdadeira divisão leste-oeste, segundo dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). Na Europa Oriental, as taxas de imunização são extremamente baixas: 53% na Polônia, 45% na Eslováquia, 35% na Romênia e 24% na Bulgária. A Europa Ocidental tem melhores taxas de vacinação, embora os dados dentro dela não sejam homogêneos. Irlanda, Portugal, Dinamarca e Espanha, por exemplo, vacinaram cerca de ¾ de suas populações; Holanda, 68%; Alemanha, 67%; Grécia, 61% e Áustria, 58%.
Enquanto isso, a incidência cumulativa está avançando rapidamente e ultrapassa mil casos em países como Bélgica, Holanda, Irlanda, Áustria, República Tcheca, República Tcheca, Eslovênia e Croácia, de acordo com dados de segunda-feira, 22, do observatório britânico Our World in Data. As infecções avançam rapidamente e alguns hospitais estão começando a ficar sob pressão. "Um inverno difícil nos espera", disse Kluge. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Nesta quarta-feira (24/11), o governo aprovou um decreto permitindo que apenas aqueles que foram vacinados ou se recuperaram recentemente do coronavírus entrem em locais como cinemas, restaurantes e hotéis a partir de 6 de dezembro.
Além disso, qualquer pessoa que usar transporte público terá que ser vacinada ou apresentar teste negativo. As medidas vão durar até 15 de janeiro.
O país também deve estender a vacinação obrigatória, já em vigor para profissionais de saúde, a professores e policiais a partir de 15 de dezembro. A aplicação da dose de reforço será compulsória para o pessoal sanitário.
A reunião desta quarta foi convocada pelo primeiro-ministro Mario Draghi para discutir o endurecimento das medidas sanitárias contra a pandemia, mas sem punir aqueles que se vacinaram - pouco mais de 84% do público-alvo, de acordo com o Ministério da Saúde.
Apesar de apresentar um índice de imunização de 72,7% da população, acima da média da União Europeia, a Itália tem cerca de 7 milhões de pessoas aptas a se imunizar que não tomaram nem sequer a primeira dose, o que deixa espaço para os casos continuarem subindo.
O país registrou nesta quarta mais 12.448 casos e 85 mortes por COVID-19, de acordo com boletim do Ministério da Saúde local. A média móvel de contágios diários em sete dias subiu pela 22ª vez consecutiva e atingiu 10.192, alta de 64% na comparação com duas semanas atrás, enquanto a de mortes subiu de 62 para 64, cifra 38% maior do que há 14 dias. O número de mortes desta terça é o maior desde 10 de junho.
Com as medidas adotadas nesta quinta (25/11), o Gabinete de Draghi torna ainda mais rígido o "passe verde", certificado sanitário exigido para o acesso a praticamente todas as atividades no país, inclusive locais de trabalho.
Atualmente, o passaporte pode ser obtido por vacinados, recém-curados ou testados contra a COVID, mas o governo vai restringi-lo às duas primeiras categorias, já que italianos antivacina preferem fazer de dois a três exames por semana a se imunizar.
Apelidado agora de "superpasse verde" pela imprensa italiana, o passaporte que só admite vacinados e curados vai valer para atividades de lazer, como academias, cinemas e eventos esportivos, mas não para locais de trabalho, que ainda admitirão indivíduos que tenham sido apenas testados.
Quarentena na Eslováquia
Nesta quarta (24/11), a Eslováquia também endureceu as medidas para conter a pandemia e anunciou um confinamento de 15 dias para conter a explosão nos novos casos, seguindo o modelo adotado pela vizinha Áustria.
De acordo com o ministro da Economia, Richard Sulík, a medida entra em vigor já nesta quinta-feira, apenas três dias depois de o país ter iniciado um confinamento de pessoas não vacinadas contra o novo coronavírus. A Eslováquia tem uma das taxas de vacinação mais baixas da União Europeia, com apenas 42,8% da população totalmente vacinados.
Com o confinamento, restaurantes e lojas de artigos não essenciais serão fechados, medida semelhante àquela implantada pela Áustria no início da semana. O país contabiliza 1,1 milhão de casos e 14,1 mil mortes desde o início da pandemia, mas 224 mil contágios (20%) e 1.050 óbitos (7,5%) ocorreram apenas nos últimos 28 dias, de acordo com o monitoramento da Universidade Johns Hopkins.
Na semana passada, a Holanda se tornou o primeiro país europeu a voltar à quarentena após um aumento de casos de COVID-19. A Europa vive uma nova onda, principalmente entre não vacinados, e as infecções bateram recordes em partes do continente nesta quarta-feira. O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), a agência de saúde pública da União Europeia, recomendou reforços de vacinas para todos os adultos, com prioridade para maiores de 40 anos.
Além da Eslováquia, República Tcheca, Holanda e Hungria relataram novos aumentos de infecções diárias, conforme o inverno atinge a Europa e as pessoas se reúnem em ambientes fechados antes do Natal, terreno fértil para a transmissão da doença.
700 mil mortos a mais
A Europa pode registrar 700 mil mortes adicionais por coronavírus nos próximos meses, chegando à marca de 2,2 milhões de vidas perdidas para a doença em março do próximo ano, informou nesta terça-feira (23/11), a Organização Mundial da Saúde.
De acordo com a previsão, os leitos hospitalares de 25 países deverão estar sob alta ou extrema pressão no dia 1º de março de 2022. O mesmo deve acontecer com as unidades de terapia intensiva em 49 dos 53 países que fazem parte da zona europeia da OMS (que inclui Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas, além da Turquia).
"A região europeia ainda está sob os efeitos da COVID-19. Na última semana, as mortes registradas aumentaram para quase 4.200 por dia, o que é o dobro das 2.100 mortes diárias registradas no final de setembro", destacou a OMS em comunicado. "A situação é muito grave", afirmou o diretor regional da agência na Europa, Hans Kluge, apelando à reintrodução de medidas de distanciamento, higiene e uso de máscaras.
A Europa enfrenta a variante Delta, prevalente em seu território e altamente contagiosa. Apesar disso, há um afrouxamento de restrições sanitárias em diversos países.
A vacinação também vem sendo um problema. Na União Europeia, 67,7% da população está totalmente imunizada, embora os países do continente tenham há muito tempo doses suficientes para imunizar toda a sua população.
Há uma verdadeira divisão leste-oeste, segundo dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). Na Europa Oriental, as taxas de imunização são extremamente baixas: 53% na Polônia, 45% na Eslováquia, 35% na Romênia e 24% na Bulgária. A Europa Ocidental tem melhores taxas de vacinação, embora os dados dentro dela não sejam homogêneos. Irlanda, Portugal, Dinamarca e Espanha, por exemplo, vacinaram cerca de ¾ de suas populações; Holanda, 68%; Alemanha, 67%; Grécia, 61% e Áustria, 58%.
Enquanto isso, a incidência cumulativa está avançando rapidamente e ultrapassa mil casos em países como Bélgica, Holanda, Irlanda, Áustria, República Tcheca, República Tcheca, Eslovênia e Croácia, de acordo com dados de segunda-feira, 22, do observatório britânico Our World in Data. As infecções avançam rapidamente e alguns hospitais estão começando a ficar sob pressão. "Um inverno difícil nos espera", disse Kluge. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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