Jornal Estado de Minas

RIO DE JANEIRO

Ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro condenado a 30 anos de prisão

O ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Nuzman foi condenado a 30 anos e 11 meses de prisão por sua atuação na suposta compra de votos para que o Rio de Janeiro se tornasse sede dos Jogos de 2016, segundo decisão judicial anunciada na quinta-feira(25).



O juiz federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, o declarou culpado dos crimes de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Nuzman, 79 anos, poderá recorrer em liberdade. O ex-dirigente foi preso em 2017 durante a investigação do caso, mas foi libertado 15 dias depois por ordem de um tribunal superior.

Junto com Nuzman, foram condenados o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que está preso desde o final de 2016 por diversos casos de corrupção durante sua gestão (2007-2014), e o ex-diretor de Operações e Marketing do COB Leonardo Gryner.

De acordo com a decisão, Nuzman e Gryner intermediaram o pagamento de até dois milhões de dólares ao ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, o senegalês Lamine Diack e seu filho Papa Massata Diack, em troca de seis votos do Comitê Olímpico Internacional (COI) em favor do Rio.

O ex-governador Cabral recorreu ao empresário Arthur Soares para desviar o dinheiro por meio de uma de suas empresas, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.

O juiz Bretas aponta Nuzman como "um dos principais responsáveis pela promoção e organização do esquema criminoso, dada sua posição perante o Comitê Brasileiro Olímpico e autoridades internacionais".

Gryner foi condenado a 13 anos e 10 meses. O ex-governador Cabral foi condenado a dez anos e oito meses.

Na votação de 2009, realizada em Copenhague, o Rio venceu as candidatas Madri, Chicago e Tóquio.

Nuzman foi presidente do COB entre 1995 e 2017.