A chilena aproveitou a tribuna da FIL para se posicionar enfaticamente contra Antonio Kast, que venceu as eleições de 21 de novembro no Chile e disputará a presidência no segundo turno, em 19 de dezembro, contra Gabriel Bórico, de esquerda.
"Hoje a força da extrema direita está lutando para governar o Chile. Estamos trabalhando intensamente para impedir um governo ganancioso baseado no desprezo", declarou Eltit, vencedora do prêmio FIL de literatura em línguas românicas, o principal do evento.
Na inauguração, foi feito um minuto de silêncio em homenagem a Almudena Grandes, que morreu neste sábado de câncer em Madri. Ela foi lembrada pelos organizadores como uma "querida amiga".
"Compartilhamos a dor de sua irreparável partida com sua família, com toda a comunidade literária, seus amigos, seus leitores", disse a organização no Twitter.
A FIL, maior encontro editorial da América Latina, tem este ano o Peru como seu convidado de honra. "A literatura é uma ferramenta não só para nos redescobrirmos, para nos reconectarmos com outras narrativas, outras identidades, mas também para terminarmos de nos conhecer como peruanos", disse à AFP Gisela Ortiz, ministra da Cultura do país.
"Grande parte do problema que temos no país é essa incapacidade de nos reconhecermos como diversos. Queremos sempre impor um olhar cultural e político sobre o outro", acrescentou a ministra.
Reconhecida como um grande mercado internacional de transferência de direitos autorais, a feira deste ano recebe editoras de 48 países e "apenas 225 mil visitantes" devido a restrições sanitárias, informou a diretora da FIL, Marisol Schulz.
Em 2019, o evento contou com a presença de mais de 800 mil pessoas em 10 dias, enquanto no ano passado foi realizado apenas de forma virtual devido à pandemia.
Nos corredores da feira, circulavam representantes do Brasil, Argentina, Colômbia, Espanha, Alemanha, França, Geórgia.
GUADALAJARA