O movimento telúrico foi registrado às 05h52 no horário local (07h52 em Brasília) com epicentro a 98 quilômetros ao leste de Santa Maria de Nieva em Condorcanqui, Amazonas, floresta do norte do Peru, a uma profundidade de 131 quilômetros, afirmou o Instituto Geofísico local.
A grande profundidade do terremoto na amazônia peruana fez com que a onda expansiva fosse maior e afetasse quase metade do país, na zona norte e central, incluindo regiões costeiras e andinas como Cajamarca, Piura, Tumbes, Lambayeque, Ancash e Lima.
A Defesa Civil informou que até o momento foram registrados dez feridos, 867 pessoas afetadas e 75 casas danificadas na região do Amazonas.
"Orientamos para que nosso gabinete e ministérios atendam não só Jalca Grande, mas também os lugares onde este terremoto causou muitos estragos", disse o presidente Pedro Castillo no distrito de Jalca Grande no Amazonas, onde a maior parte das casas, feitas de barro e argila, colapsou devido ao abalo.
Em julho, um terremoto de 6,1 graus abalou a costa norte do Peru, deixando 40 feridos e danos em 200 casas e quatro templos dois dias após a posse de Castillo.
O terremoto de hoje também provocou danos de infraestrutura em pelo menos duas províncias do Equador, segundo o presidente equatoriano Guillermo Lasso.
O distrito de Santa Maria de Nieva é uma região pouco habitada, onde moram indígenas amazônicos e está à margem do rio Nieva, na fronteira com o Equador.
"O movimento foi imenso", disse à ráido RPP o prefeito do distrito de Santa María de Nieva (2.500 habitantes), Hector Requejo.
Na área afetada também foram registrados cortes de energia elétrica e rodovias bloqueadas por quedas de pedras.
No distrito de La Jalca, também no Amazonas, uma torre de 14 metros de uma igreja colonial também caiu.
"Todos saímos para a rua, estamos muito assustados", disse à rádio RPP Lucía, que se comunicou por telefone na cidade de Chota em Cajamarca.
Moradores assustados com o movimento de terra também falaram com jornais de outras regiões do país.
- Terremoto anterior -
Em Lima, a mais de 1.000 quilômetros ao sul do epicentro, o tremor foi sentido com menos intensidade, mas durou o suficiente para que a população saísse de casa em algumas regiões.
A capital peruana, de 10 milhões de habitantes, foi abalada pouco antes, na madrugada deste domingo, por um outro forte terremoto de 5,2 graus de magnitude.
Esse primeiro terremoto também não causou vítimas ou alerta de tsunami e teve seu epicentro 44 quilômetros ao oeste de Callao, o porto vizinho a Lima, e a uma profundidade de 65 quilômetros, segundo o Instituto Geofísico.
"Somos um país altamente sísmico e sempre teremos terremotos", disse o sismólogo Hernando Tabera, do Instituto Geofísico.
Um forte terremoto de magnitude 8 abalou em maio de 2019 a região de Loreto na floresta do norte do Peru, deixando um morto e ao menos 26 feridos, 15 deles no Equador.
O último terremoto de grande magnitude e consequências trágicas ocorreu no porto de Pisco em 15 de agosto de 2017, quando um terremoto de 7,9 graus, com epicentro na costa central, deixou 595 mortos.
O Peru é afetado todo ano por pelo menos 400 terremotos perceptíveis porque está localizado no chamado "Cinturão de Fogo do Pacífico", uma área de extensa atividade telúrica que se estende ao longo da costa oeste do continente americano.
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