No primeiro dia das sessões parlamentares de inverno na Índia, as duas câmaras do Parlamento aprovaram rapidamente o projeto de lei que revoga s leis após a surpreendente mudança de rumo de Modi em 19 de novembro.
As leis agrícolas que Modi queria aprovar em setembro de 2020 permitiam aos agricultores venderem seus produtos a compradores de sua escolha, em vez de vendê-los exclusivamente nos mercados controlados pelo Estado, o qual garante um preço mínimo de apoio (PSM) para determinados produtos considerados básicos.
Desde então, muitos pequenos agricultores manifestaram sua firme oposição, inclusive montando acampamentos nos arredores da capital administrativa Nova Délhi. Eles se sentiam ameaçados por esta forma de liberalização que, em sua opinião, os colocava em risco de serem obrigados a vender seus produtos a grandes empresas por preços razoáveis.
Este movimento de agricultores foi um dos maiores desafios enfrentados no país desde a chegada de Modi ao poder em 2014.
Apesar dessa mudança radical do primeiro-ministro, os sindicatos de agricultores planejam continuar sua luta até obterem satisfação de todas as suas demandas.
Exigem, entre outras coisas, a garantia dos preços fixos mínimos para seus produtos e indenizações para as famílias das centenas de agricultores mortos nas manifestações de protesto, segundo eles.
"Não acredito que este governo sinta a menor simpatia com os agricultores", disse à AFP Vishavjot Mann, presente em uma manifestação de trabalhadores agrícolas em Mumbai (capital econômica) no domingo. Ele considera que a mudança radical de Modi deve-se às eleições iminentes (no início de 2022), muito importantes para seu partido político nacionalista hindu, o Partido do Povo Indiano (BJP).
NOVA DÉLHI