"Cada vez que ele chega [à FIL], Vargas Llosa recebe um tratamento especial. Seria bom se eles informassem quanto lhe pagam, historicamente quanto destinaram a Vargas Llosa", disse López Obrador em sua coletiva de imprensa matinal.
O presidente de esquerda criticou a FIL em suas últimas edições, que está entre as feiras mais importantes de língua espanhola, por incluir escritores e intelectuais que se opõem abertamente ao seu governo.
Nesta segunda-feira, López Obrador destacou que o presidente da FIL, Raúl López Padilla, "trata como reis" os "cafetões intelectuais" para que estes o protejam.
Em seguida, referiu-se aos alegados pagamentos a Vargas Llosa, que este ano foi convocado para a FIL, mas recusou-se a comparecer, apesar de o Peru ser o país convidado desta edição.
Vargas Llosa também é um crítico severo de López Obrador. Antes das eleições de 2018, o peruano pediu aos mexicanos que não votassem no atual presidente, que ele descreveu como "imprevisível, populista e demagogo".
Em 2019, já com a esquerda na Presidência, o Nobel alertou que, com o novo governo, o México poderia retroceder em seus avanços democráticos para voltar a uma "ditadura".
Nenhum membro do gabinete de López Obrador viajou a Guadalajara para o início da FIL, que abriu suas portas ao público no sábado.
"Não entro em polêmicas com o presidente da República", disse à AFP a diretora da FIL, Marisol Schulz.
Em Guadalajara, vários oradores se referiram ao presidente de esquerda.
O ex-chanceler Jorge Castañeda criticou o caráter provinciano da política externa mexicana, enquanto o historiador Enrique Krauze desaprovou os ataques do presidente contra a mídia e jornalistas.
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