Jornal Estado de Minas

HAIA

Opaq pede mais transparência a Síria e Rússia

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) pediu nesta segunda-feira (29), em sua sede em Haia, na Holanda, mais transparência a Rússia e Síria em relação ao suposto uso de armas com propriedades tóxicas.



A Síria segue sem declarar seu arsenal de armas químicas e sem receber os investigadores da Opaq em seu território, disse em uma reunião o diretor-geral da organização internacional, o espanhol Fernando Arias.

Além disso, o envenenamento com um produto neurotóxico do opositor russo preso Alexei Navalny também continua representando uma "grave ameaça" para o esforço de erradicação das armas químicas, acrescentou Arias.

A Síria nega ter utilizado armas químicas e garante que entregou todo o seu arsenal para que fosse supervisionado internacionalmente, em virtude de um acordo firmado em 2013, quando o país aderiu à Opaq após um suposto ataque com gás sarin que matou 1.400 pessoas em um subúrbio da capital Damasco.

Contudo, em abril, os Estados-membros da Opaq votaram pela suspensão do direito de voto da Síria, após uma investigação que acusava o país árabe de novos ataques com gás. Seu direito só será restabelecido quando os Estados-membros certificarem que Damasco declarou todas as suas armas químicas e instalações de produção de armas.



"Até agora, a Síria não iniciou a implantação dessas medidas", declarou Arias.

O embaixador da Síria na Opaq rechaçou a decisão de suspender seus direitos na organização, tachando-a de "politizada".

"Isso dá ânimo aos grupos terroristas para seguir encenando os seus supostos incidentes", disse o enviado Milad Atieh, reiterando uma alegação frequente de Damasco e Moscou de que os islamistas que participam da guerra na Síria forjaram os ataques químicos.

A Rússia, por sua vez, foi acusada pela Opaq de não ter respondido às preguntas formuladas pelos países ocidentais sobre o envenenamento de Navalny em 2020.

O Kremlin nega qualquer envolvimento nesse incidente e, segundo o embaixador russo na organização, Alexander Shulgin, as acusações são "totalmente infundadas" e um "enorme escândalo".

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