As eleições de 24 de dezembro ocorrem em um momento em que a Líbia tenta deixar para trás décadas de violência desde que um levante de 2011, apoiado pela Otan, depôs e matou Kadhafi.
Na quarta-feira, a comissão eleitoral líbia rejeitou a candidatura de seu filho, Saif al Islam Kadhafi, procurado pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra.
Os candidatos rejeitados receberam prazo de 48 horas para apelar no tribunal.
Mas na manhã de quinta-feira, um "grupo de foragidos" lançou um ataque contra a corte na cidade de Sebha (sul), forçando seu fechamento horas antes de que Seif al Islam fosse apelar, informou o governo em Trípoli.
Incidentes similares ocorreram posteriormente, com homens armados supostamente ligados ao candidato presidencial Khalifa Haftar, homem forte do leste do país, impedindo o acesso à corte.
O governo líbio informou em um comunicado na noite desta segunda-feira que estava "acompanhando com grande preocupação as tensões ao redor da corte de Sebha, que ameaçam a legitimidade da instituição judicial".
"Ameaçar a vida de juízes ou tentar influenciar seu trabalho pode voltar a mergulhar Sebha em uma guerra civil", acrescentou.
A missão da ONU para a Líbia, UNSMIL, disse em nota que "acompanha com grande preocupação o contínuo fechamento da Corte de Apelações de Sebha", onde informou que "os juízes são impedidos de exercer seus deveres legais, impedindo diretamente o processo eleitoral".
"A UNSMIL também está alarmada pelos crescentes informes de intimidação e ameaças contra juízes e funcionários judiciais, especialmente aqueles que tratam das reclamações eleitorais, assim como contra candidatos", acrescentou o organismo.
Seif al Islam está entre os 25 candidatos presidenciais, de um total de 98, cujas candidaturas foram rejeitadas.
audima