Mais de 600 taiwaneses foram extraditados de vários países para a China entre 2016 e 2019 em uma tentativa de "minar a soberania de Taiwan", afirmou o grupo de direitos humanos Safeguard Defenders em um relatório que descreve uma "caça aos taiwaneses".
Mais de 200 chegaram da Espanha, cuja justiça decidiu em 2017 que 121 chineses e taiwaneses acusados de fraude telefônica poderiam ser extraditados para a China continental, apesar da oposição de Taipé.
A China considera a ilha de Taiwan parte de seu território, com o desejo de eventualmente reintegrá-la sob seu domínio, e aumentou a pressão nos últimos anos para isolar Taipé diplomaticamente.
China e Taiwan estabeleceram em 2009 que a polícia de ambos os lados devolveria os suspeitos no exterior a seus respectivos territórios, mas Pequim começou a ignorar o compromisso a partir da eleição da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen em 2016, segundo o relatório.
A Safeguard Defenders afirma que Pequim pressionou governos como os das Filipinas ou Camboja para extraditar centenas de taiwaneses, em sua maioria acusados de fraudes no setor de telecomunicações na China.
Os extraditados enfrentam "detenções arbitrárias, tortura, desaparecimentos forçados e confissões forçadas exibidas na televisão", afirma a ONG com sede em Madri.
audima