Era uma questão de tempo. Nesta quarta, 1º, os EUA identificaram o primeiro caso da variante Ômicron, detectada na Califórnia. Imediatamente, autoridades americanas recomendaram restrições à entrada de viajantes. Do outro lado do Atlântico, a nova cepa acelerou a discussão sobre a obrigatoriedade da vacina na Europa. Com um terço dos europeus ainda sem imunização, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu a ideia.
"É compreensível e apropriado começar este debate agora, sobre como podemos estimular e pensar na vacinação obrigatória dentro da União Europeia", disse Ursula. "Isto precisa ser discutido. A obrigatoriedade da vacina exige uma abordagem comum."
Na Europa, alguns países, como a Áustria, já adotaram a obrigatoriedade da vacina. Outros, como a Grécia, impuseram multas aos não vacinados. Por isso, apesar de defender uma abordagem comum, Ursula é cautelosa. "Não é meu papel dar nenhum tipo de recomendação. Mas as vacinas salvam vidas. Elas não estão sendo aplicadas a um custo é enorme", disse, em referência aos 150 milhões de europeus que ainda não se vacinaram
Nos EUA, para conter o avanço da Ômicron, autoridades de saúde recomendaram para quem entra no país a apresentação de um teste negativo de covid realizado até 24 horas antes do voo e o fornecimento às autoridades da lista de passageiros que partem de países africanos - África do Sul, Botsuana, Lesoto, Malavi, Moçambique e Namíbia. As mudanças, porém, ainda não foram oficializadas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, deve anunciar nesta quinta, 2, os próximos passos no combate à pandemia. No entanto, o governo não deu pistas se incluirá ou não um aumento nas exigências nos testes dos viajantes. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o primeiro caso da Ômicron no país é de um viajante que voou da África do Sul para a Califórnia, no dia 22. Ele estava totalmente vacinado, permanece isolado e apresenta sintomas leves.
Perguntas
A variante Ômicron, que foi descoberta por pesquisadores da África do Sul, apresenta um alto número de mutações, o que despertou a preocupação de autoridades de várias partes do mundo. Além dos EUA, ontem Nigéria e Arábia Saudita registraram casos da nova cepa, elevando a 25 o número de países que já identificaram a presença da Ômicron.
Ainda não há informações sobre o grau de transmissibilidade da variante ou se ela seria capaz de driblar a imunização adquirida pelas vacinas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já disse que pode levar semanas até obter mais informações sobre a Ômicron. Sem muitas alternativas, diversos países aumentaram as restrições de entrada e analisam a obrigatoriedade da vacina.
Na terça-feira, 30, o governo Biden sofreu duas derrotas na Justiça. No Estado da Louisiana, o juiz Terry Doughty bloqueou temporariamente a obrigatoriedade da vacina para profissionais de saúde e funcionários de casas de repouso, determinada por Biden na semana passada. Ele argumentou que a medida precisa ser decidida pelo Congresso, não pelo presidente. Em outro caso, no Kentucky, o juiz Gregory Van Tatenhove derrubou a determinação de que licitações públicas incluam cláusulas exigindo que os empregados das empresas contratadas sejam vacinados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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