"Hoje começa um novo capítulo da minha vida", declarou o ex-chanceler Kurz na capital Viena, afirmando que quer dedicar mais tempo à família.
O ex-chanceler mencionou um "novo desafio profissional", sem dar mais detalhes a respeito.
O político, de 35 anos, renunciou ao cargo em outubro após ser investigado por corrupção, mas continuou liderando o partido ÖVP e sua bancada parlamentar.
Na sexta-feira, quando deixará oficialmente suas funções, acontecerá também uma reunião do gabinete federal.
A decisão de abandonar a vida política "não foi fácil, mas apesar de tudo não sinto nenhuma amargura", acrescentou Kurz nesta quinta-feira.
O ex-chanceler disse que está "cansado" devido às acusações que enfrenta. "Não sou nem santo nem criminoso, sou um ser humano com minhas qualidades e defeitos", disse.
Ele nega todas as acusações.
- Série de escândalos -
Kurz é suspeito de ter utilizado verba do governo para garantir um tratamento midiático favorável.
Segundo a Promotoria, entre 2016 e 2018 foram publicadas matérias que o elogiavam e pesquisas favoráveis, em troca da compra de um espaço publicitário por parte do Ministério da Fazenda, naquela época dirigido pelos conservadores.
Ao assumir o cargo com 31 anos, Kurz se tornou o chefe de Governo mais jovem do mundo.
A coalizão que formou com a extrema direita afundou em 2019, quando seu aliado foi envolvido por um escândalo de corrupção.
Novas eleições permitiram que Kurz recuperasse o cargo de chanceler, desta vez à frente de uma coalizão com os Verdes, até sua renúncia em outubro.
Após sua saída do governo, ele foi substituído à frente do Executivo por Alexander Schallenberg, que foi ministro das Relações Exteriores e um de seus homens de confiança.
Mas em meados de novembro, o Parlamento austríaco retirou sua imunidade parlamentar.
Com o rosto juvenil e um tom calmo, Kurz conseguiu se sobressair entre os barões conservadores do histórico partido austríaco ÖVP.
Em uma Áustria próspera, forjou sua popularidade ao propor o fechamento de fronteiras e endurecer as condições de acesso ao asilo.
Essa bateria de medidas anti-migrantes, votada durante seu primeiro mandato, e suas tensas relações com a imprensa, o transformaram em um personagem polêmico, com certas semelhanças com seu colega húngaro Viktor Orban, a quem considerava o precursor da "ponte" entre direita e a extrema-direita.
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