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Estado de Minas PEQUIM

Governo chinês convoca fundador da Evergrande após advertência de falta de verba


03/12/2021 14:19

O governo chinês convocou nesta sexta-feira (3) o fundador da gigante do mercado imobiliário Evergrande depois que a empresa alertou que "não há garantia" de que haja fundos suficientes para cumprir com suas obrigações financeiras, em uma apresentação na bolsa de Hong Kong.

Evergrande, com uma enorme dívida no valor de 300 bilhões de dólares, tem problemas para cumprir com seus compromissos que alimentam a preocupação em todo o setor imobiliário, uma parte substancial da segunda economia do mundo.

Nesta sexta-feira, a Evergrande alertou em um comunicado à Bolsa de Hong Kong que, devido à sua atual situação de liquidez, não existe "nenhuma garantia de que o grupo disponha de fundos suficientes para continuar cumprindo com suas obrigações financeiras".

Pouco depois, o governo provincial de Guangdong disse em um comunicado que havia "convocado imediatamente Xu Jianyin e (...) decidiu enviar um grupo de trabalho ao Evergrande Real Estate Group para supervisionar e promover a gestão do risco empresarial".

A empresa é uma das várias imobiliárias em crise durante o último ano, depois que Pequim empreendeu uma campanha de regulamentação para frear a especulação e o endividamento, cortando uma via crucial para acessar o dinheiro.

Evergrande, o segundo promotor imobiliário da China por volume, conseguiu até agora evitar a falência.

Uma unidade da Evergrande tem títulos de cupom no valor de 82,5 milhões de dólares que vencem na próxima segunda-feira, informou a Bloomberg nesta semana.

Nesta sexta-feira, o fundador do grupo Xu (Hui Ka Yan, em cantonês), vendeu 1,2 bilhão de ações da Evergrande por 344 milhões de dólares, reduzindo sua participação de 77% para 68%.

O regulador de Pequim pediu ao magnata que use sua fortuna pessoal para financiar a dívida da Evergrande.

No mesmo dia, a unidade de carros do grupo afirmou ter devolvido terrenos baldios pelo valor de 188,4 milhões de dólares e que mantém negociações com possíveis compradores para se desfazer se outros ativos.

O setor imobiliário, crucial para o crescimento da China, se esfriou nos últimos meses devido a uma regulação mais rígida para comprar casas, assim como pelos problemas de liquidez que afetam alguns dos grandes grupos do país.

"Os riscos da Evergrande Group são principalmente devidos a uma má gestão e uma expansão cega", disse o Banco Central chinês em um comunicado nesta sexta-feira.

"Os riscos a curto prazo de algumas empresas imobiliárias não afetam a liquidez a meio e longo prazo do mercado", acrescentou.


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