A empresa disse que tomou a decisão de interromper as operações devido ao bloqueio na estrada em Chumbivilcas, a cerca de 200 km do local, situado na região andina de Apurímac, uma das mais pobres do Peru.
"Como resultado do bloqueio atual e das restrições logísticas de entrada e saída, Las Bambas foi forçada a reduzir progressivamente as operações de mineração e a produção será interrompida em meados de dezembro devido à falta de insumos importantes", disse a empresa em um comunicado.
A companhia também lembrou que a última reunião, realizada nesta terça-feira entre o governo peruano e as lideranças dos colonos, não chegou a um acordo para levantar o atual bloqueio da estrada de Chumbivilcas, que começou no dia 20 de novembro.
A empresa considera que as demandas da população local são "excessivas". As comunidades exigem se tornar provedoras de transporte, da manutenção de estradas e de outros serviços para a mineradora, entre outras demandas.
Las Bambas já enfrentou diversas interrupções e suas atividades tiveram que ser suspensas por quase 400 dias desde que começou a operar em 2016, segundo a imprensa local.
O anúncio da paralisação pode prejudicar a imagem do país em um momento no qual o governo de Pedro Castillo tenta dar confiança aos mercados para atrair investimentos.
"Isso gera uma imagem muito negativa do Peru", afirmou o presidente da mineradora Buenaventura, Roque Benavides, à rádio RPP.
As perdas em Las Bambas causadas pelos bloqueios chegam a 9,5 milhões de dólares diários, segundo a Sociedade Nacional de Minas, Petróleo e Energia (SNMPE) do Peru, que reúne as empresas desses setores.
"Las Bambas tinha planejado investir mais de 2 bilhões de dólares na ampliação da mina, mas sob tais circunstâncias de insegurança e sem garantias, o investimento será reavaliado, o que significará um duro revés para a mineração peruana", afirmou o diretor-executivo da SNMPE, Pablo de la Flor, à RPP.
Las Bambas produz cerca de 400.000 toneladas de cobre por ano, mas o transporte do mineral para os portos tem sido dificultado pelos bloqueios.
Trata-se de um depósito a céu aberto localizado a 4.000 metros de altitude. O consórcio chinês MMG comprou os ativos da suíça Glencore Xtrata em abril de 2014 por quase US$ 6 bilhões.
O Peru é um dos maiores produtores mundiais de prata, cobre e ouro. A mineração é um dos motores da economia peruana.
Os conflitos sociais frequentemente causam interrupções nas operações de mineração e petróleo no país.
LIMA