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Estado de Minas NOVA YORK

Nubank estreia com alta na bolsa de Nova York


09/12/2021 19:50 - atualizado 09/12/2021 19:51

O banco digital brasileiro Nubank estreou na bolsa de Nova York nesta quinta-feira (9) com alta, que elevou seu valor a 47 bilhões de dólares, consolidando-se como um dos grandes bancos latino-americanos.

A alta foi de mais de 14,5% com base no preço fixado para seu lançamento na bolsa, de 9 dólares, fechando a US$ 10,33. No início das negociações, os papéis do banco estavam cotados a US$ 11,25.

O banco digital, fundado em 2013 pelo colombiano David Vélez, junto com o americano Edward Wible e a brasileira Cristina Junqueira, lançou no mercado 289,2 milhões de ações, o que lhe permitiu levantar 2,603 bilhões de dólares de capital.

A entidade também se reserva a possibilidade de vender outros 28,5 milhões de ações adicionais nos próximos 30 dias ao preço fixado inicialmente.

Sua Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) inclui 40 milhões de dólares em BDRs, certificados equivalentes a ações negociadas na Bolsa de São Paulo.

Para o diretor-executivo da fintech brasileira, o colombiano David Vélez, a chegada à bolsa americana é uma "consequência do crescimento" que a companhia teve "durante oito anos". É "uma forma de acelerar o nosso impacto", disse em um programa transmitido no Youtube.

O dinheiro arrecadado permitirá ao Nubank ampliar suas atividades em países como Colômbia e México, onde já está implantado.

- Nova etapa -

A chegada a Wall Street é o "começo de outra fase, que permite ter um impacto muito maior do que tivemos até agora", embora o banco sigua com a mesma "missão e os mesmos valores que nos trouxeram até aqui", disse Vélez.

Formado na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Vélez é um dos fundadores do banco digital, em 2013, juntamente com a brasileira Cristina Junqueira e o americano Edward Wible.

Para os clientes, a ampliação de capital "não muda nada", disse Junqueira, encarregada de apertar o botão que deu início, simbolicamente, à sessão na New York Stock Exchange (NYSE).

O banco brasileiro, que hoje tingiu de roxo o pregão nova-iorquino, é negociado em Wall Street com a referência "NU" e na Bolsa de São Paulo com o símbolo NUBR33.

O Nubank atraiu em junho um investimento de 500 milhões de dólares do fundo Berkshire Hathaway de Warren Buffet, reconhecido por seus investimentos de sucesso. Seu apoio somou-se ao de fundos renomados, como Sequoia (investidor do Airbnb) e o chinês Tencent.

- "Dinheiro debaixo do colchão" -

A Nu Holdings, transformada em dona de um dos maiores "neobancos" do mundo, ao lado do britânico Revolut, superaria em capitalização em bolsa o tradicional Itaú Unibanco, o maior do Brasil no setor privado.

Ajudada pela agilidade possibilitada pelos smartphones, a fintech brasileira surgiu com o propósito de eliminar a burocracia e as altas tarifas e está focada em serviços de pagamento com cartões de crédito sem custos associados.

Com 48 milhões de clientes no Brasil, além de Colômbia e México, o banco online ainda tem muito espaço para crescer.

"Ainda há 200 milhões de pessoas na América Latina que não têm acesso aos bancos e ainda guardam seu dinheiro debaixo do colchão", disse Vélez à emissora CNBC.

Só no Brasil, cerca de 182 milhões de seus 213 milhões de habitantes acessam serviços bancários, segundo dados oficiais.

O fechamento de boa parte dos serviços pela pandemia do coronavírus só contribuiu mais para a mudança de comportamento da população.

"O conceito de economizar em um banco digital e em um banco sem agências dava medo a muita gente", lembrou Vélez. Agora, começaram a "testar conosco e viram que é uma opção melhor".

Desde março de 2020, quando começou a pandemia, só no Brasil o banco ganhou 17 milhões de novos clientes, especialmente para receber ajudas governamentais. Neste período de pandemia, o Nubank quase dobrou seus clientes locais, chegando a 41 milhões.

Em seus oito anos de vida, a Nu Holdings ainda não registrou lucro. Nos primeiros nove meses de 2021, publicou perdas de 99 milhões de dólares, apesar de seu volume de negócios ter dobrado em um ano a 1,060 bilhão (+105%).

Neste tempo, Vélez se tornou um dos bilionários listados na Forbes, com uma fortuna estimada em 5,2 bilhões de dólares. Junto com sua esposa, garantiu que vai doar a maior parte deste patrimônio.


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