Jornal Estado de Minas

ABU DHABI

Em 1974, Fittipaldi chegou à última prova da F1 empatado na liderança do campeonato

Há 47 anos, muito antes de Max Verstappen e Lewis Hamilton nascerem, dois outros pilotos chegaram empatados em número de pontos na liderança Mundial de Fórmula 1 para definir o título na última corrida da temporada. Em 1974, o brasileiro Emerson Fittipaldi e o suíço Clay Regazzoni largaram no Grande Prêmio dos Estados Unidos, prova de encerramento daquele ano, para definir quem seria o campeão.



De um lado, Fittipaldi, na época com 27 anos, campeão mundial em 1972, defendia a McLaren e seu motor Ford Cosworth. De outro, o suíço Clay Regazzoni, 35, a bordo de sua Ferrari. O cenário: o circuito Watkins-Glen em Nova York.

Vitorioso diante de seu rival suíço duas semanas antes no GP do Canadá, Fittipaldi conseguiu empatar na liderança do Mundial com 52 pontos. Portanto, na última corrida daquela temporada, o nome do sucessor do então detentor do título Jackie Stewart seria decidido.

Terceiro no campeonato com sete pontos a menos, o sul-africano Jody Scheckter (Tyrrell-Ford) ainda tinha uma pequena chance de se sagrar campeão, embora não dependesse de si mesmo. Naquela época o vencedor de uma corrida ganhava 9 pontos, o segundo seis, o terceiro 4, o quarto 3, o quinto 2 e o sexto 1.

Vencedor no Brasil, na Bélgica e também no Canadá, Fittipaldi superou nesse quesito um Regazzoni que só havia subido ao topo do pódio na Alemanha: em caso de igualdade final em pontos, o título seria do brasileiro graças ao seu maior número de vitórias.



- Oitavo e nono no grid de largada -

Nenhum deles brilhou na sessão de classificação para o grid: Fittipaldi largou na oitava posição, uma à frente de Regazzoni (9º). Apesar da pole ser do argentino Carlos Reutemann, todos os olhos estavam voltados para o meio do grid de partida.

Na largada, Regazzoni ultrapassou Fittipaldi. O suíço, de volta à Ferrari após um ano na equipe BRM, tentava seu primeiro título na categoria após o terceiro lugar em 1970. Mas a esperança não durou muito.

Já primeira volta, Fittipaldi começou a ganhar posições, ficando em sexto, enquanto seu rival, em sétimo, não conseguia fazer nada com sua Ferrari.

Com um carro com problemas técnicos, o suíço acabou sendo ultrapassado por adversários menos equipados e assim viu o título escapar de suas mãos.

Apesar do acidente fatal do austríaco Helmuth Koinigg na décima volta, um ano após a morte do francês François Cevert, companheiro de equipe de Stewart, durante os treinos neste mesmo circuito, a corrida continuou.



Na metade da prova, Fittipaldi era o quinto atrás de Scheckter, que esperava por um milagre para levar o título. Muito atrás, Regazzoni só ganhou posições com o abandono de outros pilotos, como seu companheiro de equipe Niki Lauda, futuro tricampeão mundial, que encerrava sua primeira temporada na Ferrari.

Vítima de um problema mecânico, Scheckter teve que abandonar a corrida e as chances de título, favorecendo Fittipaldi, que terminou em quarto. Regazzoni, foi o 11º e terminou vice-campeão com três pontos a menos.

Tendo conquistado seu primeiro título dois anos antes com a Lotus, o piloto brasileiro foi o responsável pelo primeiro campeonato da McLaren após a morte do fundador da equipe, Bruce McLaren, em 1970.

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