Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

EUA revisam designação de Cuba como patrocinadora do terrorismo

O governo de Joe Biden afirmou nesta quinta-feira(16) que ainda está analisando a designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo, embora o relatório anual sobre o tema não ofereça novas provas a respeito.



Em janeiro, nos últimos dias do governo Donald Trump, os Estados Unidos devolveram Cuba a essa lista, da qual havia sido retirada pelo presidente Barack Obama em 2015 como parte de sua política de reaproximação com Havana.

A medida, que apresenta sérios obstáculos aos investimentos na ilha, é popular entre muitos exilados cubanos na Flórida, um estado importante para a política interna dos Estados Unidos.

Biden, ex-vice-presidente de Obama (2009-2017), surpreendeu muitos observadores ao manter políticas do republicano Trump em vez de voltar aos esforços do ex-presidente democrata para acabar com décadas de hostilidade contra a ilha comunista.

John Godfrey, coordenador de contraterrorismo do Departamento de Estado, disse apenas que a designação permanece "sob revisão" ao apresentar o relatório anual sobre terrorismo nesta quinta-feira.

O relatório anual incluiu apenas as outras nações designadas como patrocinadoras do terrorismo (Irã, Coreia do Norte e Síria) em uma seção sobre eventos em 2020 relevantes para a designação.

Em uma carta enviada a Biden nesta quinta-feira, 114 parlamentares democratas observaram que Cuba foi retirada da lista em 2015 após "uma revisão abrangente" e que o governo Trump não forneceu novos dados para justificar sua decisão.



"Portanto, pedimos que recomende ao Departamento de Estado que faça uma nova revisão e elimine Cuba da lista", indicaram.

Os legisladores reconheceram a preocupação com a repressão aos opositores, mas garantiram que o "isolamento unilateral" não beneficia "a proteção dos direitos humanos em Cuba, incluindo o direito de protesto".

O governo Trump incluiu Cuba entre os patrocinadores do terrorismo, citando em parte a presença na ilha de negociadores da guerrilha colombiana do ELN, que viajaram para as negociações e se recusaram a retornar para serem processados.

Trump conquistou o apoio dos eleitores hispânicos na Flórida nas eleições de 2020, em parte por defender políticas rígidas contra Cuba e sua aliada, a Venezuela.

audima