- 1999
Assume a chapa da Aliança com o presidente Fernando De la Rúa, da social-democrata União Cívica Radical, e o vice de centro-esquerda Carlos Álvarez, do Frepaso. Prometem manter Conversibilidade com paridade cambiária de um para um entre o dólar e o peso, vigente desde 1991.
- 2000
O vice-presidente Álvarez renuncia, contrariado por denúncias de propinas do governo aos legisladores para votar uma reforma trabalhista. Em dois meses, os bancos perdem depósitos no valor de 1,8 bilhão de dólares.
- 2001
Acertada a 'blindagem' financeira com o FMI, pela qual a Argentina deveria receber quase 39 bilhões de dólares para pagar vencimentos da dívida. Em troca, exige-se do país forte ajuste fiscal e reforma previdenciária.
Acelera-se a fuga de depósitos em dólares dos bancos.
Domingo Cavallo, mentor da Conversibilidade com o ex-presidente peronista Carlos Menem (1989-1999), é nomeado ministro da Economia.
é assinada uma reestruturação da dívida soberana, conhecida como 'Megacanje' de bônus. Pactuam-se taxas de retorno que chegam a 16%.
Sancionada a Lei de Déficit Zero com cortes drásticos nos gastos públicos. Os salários de funcionários estatais e as aposentadorias são reduzidos em 13%.
- O país em chamas -
A Aliança perde para o peronismo nas eleições legislativas de meio de mandato.
Cavallo anuncia o 'corralito', que bloqueia as contas bancárias. Permite-se sacar apenas 250 pesos semanais (o equivalente então a 250 dólares). Ocorrem protestos em frente aos bancos.
As vendas nas lojas despencam entre 50% e 70%. Formam-se clubes de trocas com mais de 1,5 milhão de pessoas.
O FMI considera que o programa do governo "não é sustentável, nem viável" e se nega a liberar um desembolso de 1,26 bilhão de dólares. O risco país beira os 4.000 pontos.
O governo emite bônus conhecidos como 'cuasimonedas' (quase moedas) para pagar salários.
Cavallo viaja a Washington. Diz que ficará até que o FMI libere os fundos.
A tensão marca as filas nos bancos, que abrem em um sábado pela única vez na história.
Cavallo acorda cortar 4 bilhões de dólares do orçamento para receber a ajuda do FMI.
Panelaços em Buenos Aires.
Greve é convocada pelas centrais operárias.
Começam os saques de alimentos em supermercados.
Crianças e famílias inteiras participam dos saques. A repressão policial deixa mortos e feridos. De la Rúa declara estado de sítio. A reação é de panelaços e marchas até a sede do governo.
Na madrugada, Cavallo e o gabinete renunciam. Desde a manhã, bombas de gás lacrimogêneo e tiros são disparados contra os manifestantes. Duros confrontos se seguem. Cinco pessoas são assassinadas no centro de Buenos Aires. Os mortos chegam a 40. De la Rúa renuncia e deixa a Casa Rosada em um helicóptero.
O Congresso elege como presidente provisório o titular do Senado, o peronista Ramón Puerta. Adolfo Rodríguez Saá assume como presidente eleito pelo Congresso.
Rodríguez Saá é empossado e declara o default de 100 bilhões de dólares da dívida, o maior da história mundial.
Rodríguez Saá renuncia por falta de apoio político. O presidente provisório, o deputado Eduardo Camaño, convoca em caráter de urgência a Assembleia Legislativa.
- 2002
A Assembleia elege presidente o senador Eduardo Duhalde, que tinha perdido as eleições para De la Rúa em 1999, para concluir o mandato até 2003. "Quem depositou dólares, receberá dólares", promete ao assumir.
Duhalde revoga a lei de Conversibilidade. O peso se desvaloriza 30%. A promessa de Duhalde nunca foi cumprida.
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