"É eleito o advogado Rodolfo Delgado como procurador-geral da República", disse o presidente do Congresso, Ernesto Castro, após anunciar a reeleição do funcionário com os votos de 66 dos 84 deputados do Congresso unicameral.
Em 1º de maio passado, após a posse do novo Congresso, os deputados aliados do presidente Bukele destituíram o procurador Raúl Melara, após atribuir a ele vínculos com o partido de direita Aliança Republicana Nacionalista (ARENA).
No lugar de Melara - que termina seu mandato em 5 de janeiro de 2022 - foi nomeado Delgado, que ocupará o cargo por três anos até 5 de janeiro de 2025.
Na ocasião, o Congresso também destituiu cinco magistrados da Sala Constitucional da Corte Suprema de Justiça.
Estas destituições provocaram críticas da comunidade internacional. Os Estados Unidos acusaram publicamente Bukele de atentar contra a independência dos poderes.
O presidente salvadorenho reagiu, acusando os americanos de financiarem a oposição, tensionando as relações entre San Salvador e Washington.
Os Estados Unidos cortaram depois a ajuda financeira a instituições do Estado salvadorenho através da sua agência de cooperação USAID e a redirecionaram à sociedade civil na luta contra a corrupção.
O líder da bancada governista do partido Novas Ideias, Christian Guevara, argumentou nesta quarta-feira que apoiou Delgado por estar "comprometido com a perseguição e o combate à corrupção".
Bukele assegurou recentemente em sua conta no Twitter que Jean Manes, ex-encarregada de Negócios da embaixada dos Estados Unidos, tinha pedido em uma última reunião que Delgado não fosse reeleito.
Nesta quarta, o presidente saudou a reeleição: "Verdadeira democracia. Parabéns, senhor procurador-geral Rodolfo Delgado", escreveu no Twitter.
audima