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Estado de Minas MINNEAPOLIS

Ex-policial que matou jovem negro ao confundir arma com 'taser' é declarada culpada nos EUA


23/12/2021 20:55 - atualizado 23/12/2021 21:01

A ex-policial que matou um jovem negro nos Estados Unidos, ao confundir sua arma de fogo com uma pistola de choque - 'taser' -, foi declarada culpada nesta quinta-feira (23) de homicídio involuntário.

Kim Potter, de 49 anos e cor branca, foi denunciada pela promotoria por homicídio involuntário em primeiro e segundo graus pela morte de Daunte Wright, de 20 anos, no Brooklyn Center, um subúrbio de Minneapolis, Minnesota, em abril deste ano.

A ex-policial não esboçou reação quando a juíza Regina Chu leu o veredicto de culpabilidade na corte.

Agora Potter enfrenta até 15 anos de prisão pela primeira acusação e outros 10 pela segunda. A leitura da sentença ocorrerá em fevereiro.

"Seu remorso e arrependimento pelo incidente são esmagadores. Ela não é de forma alguma um perigo para a comunidade", afirmou o advogado de defesa Paul Engh, ao pedir à juíza que a mantivesse em liberdade até a sentença. Chu, porém, respondeu que Potter permaneceria sob custódia.

Em um comunicado, os familiares de Wright disseram estar "aliviados" pelas "medidas de responsabilidade pela morte sem sentido de seu filho, irmão, pai e amigo".

"Do controle de trânsito desnecessário, exagerado e trágico ao disparo que tirou sua vida, aquele dia continuará sendo traumático para esta família e mais um exemplo para os Estados Unidos de por que precisamos desesperadamente de mudanças na atuação policial", acrescentou.

- Controle de trânsito caótico -

A mãe de Wright disse em coletiva de imprensa que sentiu muitas "emoções, todas as emoções que puder imaginar" durante a leitura do veredicto.

Do lado de fora do tribunal, apoiadores se reuniram para comemorar, dançar e tocar música depois que o veredicto foi anunciado.

Potter tinha se declarado inocente, alegando que os disparos ocorreram por acidente, após sacar por engano a arma de fogo ao invés do 'taser'.

Em um depoimento emocionado, a ré descreveu como uma ação que deveria ser um controle de trânsito de rotina se transformou em uma situação "caótica".

"Me lembro de ter gritado: 'taser, taser, taser', e não aconteceu nada. Depois, ele [Wright] me disse que eu tinha atirado nele", disse Potter ao cair no choro.

"Tinha uma ambulância para mim, não sei por quê. E aí eu fui embora, depois estava na delegacia. Não me lembro de muita coisa depois disso", admitiu a ex-agente.

No domingo, 11 de abril de 2021, a então policial realizava uma ronda com um colega que decidiu buscar no sistema o motorista de um carro branco que havia cometido uma infração de trânsito menor.

Em seguida, ao descobrirem que o motorista tinha uma ordem de prisão contra si, os policiais decidiram prendê-lo.

Wright, que estava desarmado, resistiu a ser algemado e deu a partida em seu carro para tentar fugir. Então, Potter sacou o que pensou - segundo o seu depoimento - que era seu 'taser'.

Na gravação da cena registrada por sua câmera corporal, é possível ouvir a ex-policial gritando "taser" várias vezes, antes de disparar sua arma e ferir mortalmente Wright.

O incidente aconteceu na mesma época em que se desenvolvia o julgamento contra o ex-policial branco Derek Chauvin, que assassinou o homem negro George Floyd, também em Minneapolis, em maio de 2020, ao asfixiá-lo, ajoelhado sobre o seu pescoço, por nove minutos.

O assassinato de Floyd provocou protestos em todos os Estados Unidos, e em outros países, contra o racismo e a brutalidade policial.

A morte de Wright também gerou várias noites de protestos e distúrbios no Brooklyn Center, antes que a prisão de Potter acalmasse as tensões.


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