A decisão acontece em um contexto de pressão russa sobre a internet, um dos últimos espaços de liberdade de expressão no país, com base em bloqueios, ameaças e multas contra grandes empresas digitais.
A agência reguladora das telecomunicações, Roskomnadzor, afirmou neste sábado que o bloqueio da OVD-Info, após uma decisão de um tribunal em 20 de dezembro, foi motivado pelo fato de a ONG publicar informações que faziam a promoção do "terrorismo e do extremismo", sem revelar mais detalhes.
A Roskomnadzor pediu às empresas proprietárias de redes sociais que supriam as contas da ONG.
A OVD-Info, que também oferece apoio jurídico às vítimas de perseguição política, afirmou que a agência Roskomnadzor bloqueou o site no início da semana, antes de receber uma notificação.
"Nós consideramos uma continuidade da ofensiva do Estado contra a sociedade civil", afirmou o cofundador da ONG, Grigori Okhotin, em sua conta no Telegram. Ele nega as acusações e promete que a organização continuará o trabalho.
Os jornalistas da AFP na Rússia não conseguiram acessar o site da OVD-Info neste sábado.
A decisão acontece no final de um ano marcado pela crescente repressão às vozes críticas ao governo, que começou com a detenção de Alexei Navalny, considerado como o principal opositor do presidente Vladimir Putin.
Em setembro, o ministério da Justiça adicionou a OVD-Info à lista de "agentes estrangeiros", um rótulo reservado para organizações que supostamente trabalham contra os interesses russos. Uma ferramenta muito usada contra ONGs e associações opositoras.
Ao mesmo tempo, a ONG de defesa dos direitos humanos Memorial, pilar da sociedade civil, teme ser fechada antes do Ano Novo. O MP a acusa de violar a polêmica lei sobre "agentes estrangeiros".
Na sexta-feira, um tribunal russo condenou o Google e a Meta (empresa matriz do Facebook) a multas recordes de 98 milhões e 27 milhões de dólares, respectivamente, porque não suprimiram conteúdos "proibidos".
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