Jornal Estado de Minas

LUTO

Morre Desmond Tutu, vencedor do Nobel da Paz e ativista anti-apartheid sul-africano


O arcebispo Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel da Paz que ajudou a acabar com o apartheid na África do Sul, morreu aos 90 anos.

O presidente do país, Cyril Ramaphosa, disse que a morte do clérigo marcou "outro capítulo de luto na despedida de nossa nação a uma geração de notáveis %u200B%u200Bsul-africanos".





Ele disse que o arcebispo Tutu ajudou a deixar à posteridade "uma África do Sul libertada".

Tutu foi uma das figuras mais conhecidas dentro e fora da África do Sul.


Contemporâneo do ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013), ele foi uma das forças motrizes por trás do movimento para acabar com a política de segregação racial e discriminação imposta pelo governo de minoria branca contra a maioria negra na África do Sul de 1948 a 1991, o chamado apartheid.

Ele recebeu o prêmio Nobel em 1984 por seu papel na luta pela abolição do sistema.

A morte de Tutu ocorre poucas semanas depois da morte do último presidente da era do apartheid na África do Sul, FW de Clerk, que morreu aos 85 anos.


Tutu foi contemporâneo do ícone anti-apartheid Nelson Mandela (à direita) (foto: Getty Images)

O presidente Ramaphosa disse que Tutu era "um líder espiritual icônico, ativista anti-apartheid e ativista global dos direitos humanos".





Ele o descreveu como "um patriota sem igual; um líder de princípios e pragmatismo que deu sentido à compreensão bíblica de que a fé sem obras está morta".

"Um homem de intelecto extraordinário, integridade e invencibilidade contra as forças do apartheid, ele também era terno e vulnerável em sua compaixão por aqueles que sofreram opressão, injustiça e violência sob o apartheid e pessoas oprimidas ao redor do mundo."

Ordenado sacerdote em 1960, passou a servir como bispo do Lesoto de 1976-78, bispo assistente de Joanesburgo e reitor de uma paróquia em Soweto.

Em 1985, Tutu se tornou bispo de Joanesburgo e foi nomeado o primeiro arcebispo negro da Cidade do Cabo.

Ele usou seu papel de destaque para falar contra a opressão dos negros em seu país, sempre dizendo que seus motivos eram religiosos e não políticos.

Depois que Mandela se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994, Tutu foi nomeado por ele para uma Comissão de Verdade e Reconciliação criada para investigar crimes cometidos por brancos e negros durante a era do apartheid.





Ele também foi creditado por cunhar o termo Nação Arco-Íris para descrever a mistura étnica da África do Sul pós-apartheid, mas em seus últimos anos lamentou que a nação não tivesse se unido da maneira que ele sonhou.

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