A bandeira azul com o círculo de estrelas foi colocada no lugar da francesa na noite de Ano Novo para marcar o início da presidência temporária da França no Conselho da UE, que vigorará nos próximos seis meses.
O Arco, que homenageia os mortos na Primeira Guerra Mundial, e outros lugares emblemáticos, como a Torre Eiffel e o Panteão, também ficarão iluminados com os motivos da União Europeia durante a semana.
A retirada da bandeira francesa irritou a direita e a extrema direita, que a considerou um ato antipatriótico.
"Presidir a Europa sim, apagar a identidade francesa não!", tuitou Valérie Pécresse, a candidata conservadora que, segundo as pesquisas, poderia ser a principal adversária de Macron nas eleições presidenciais deste ano.
Pécresse pediu que o governo recolocasse a bandeira francesa no monumento: "Devemos isso a nossos soldados, que derramaram sangue por ela."
A candidata de extrema direita, Marine Le Pen, que ameaçou apresentar um recurso no Conselho de Estado, a máxima instância judicial da França em matéria administrativa, considerou a retirada da bandeira da UE uma "grande vitória patriótica", afirmando no Twitter que a "mobilização maciça" havia obrigado Macron a voltar atrás.
O outro candidato da extrema direita, o controverso Éric Zemmour, não perdeu a oportunidade e também se juntou à polêmica.
Contudo, o Palácio do Eliseu - sede da Presidência da França - detalhou que a bandeira europeia foi "retirada durante a noite [de sábado para domingo] conforme o calendário previsto".
Segundo o Eliseu, a bandeira permaneceria no Arco de "31 de dezembro a 1º de janeiro para marcar simbolicamente o início da presidência francesa da UE, assim como a iluminação azul em vários monumentos" na França.
Por sua vez, o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, acusou ontem a oposição de mentir e a direita de "seguir desesperadamente as polêmicas rasas da extrema direita".
O governo "não tem nenhuma lição de patriotismo a receber de Le Pen, Zemmour ou Pécresse, que está se transformando em uma fotocópia da extrema direita", acrescentou.
Um funcionário do Eliseu, que pediu anonimato, não soube dizer quando a bandeira francesa voltará a tremular sob o Arco, mas indicou que não se tratava de um elemento permanente do monumento.
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