Uma fonte judicial próxima ao caso confirmou nesta quarta-feira (5) à AFP versões da mídia local segundo as quais o Ministério Público (MP) solicitou a pena de 39 anos de prisão para Lozoya, único funcionário do alto escalão mexicano investigado no caso Odebrecht.
A fonte, que pediu para não ser identificada por não ter sido autorizada a testemunhar, também confirmou que esta pena de prisão seria pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e suborno.
O MP também pediu 25 anos de prisão para Gilda Margarita Austin, mãe de Lozoya, acusada de ser coparticipante de atos de corrupção atribuídos a seu filho, segundo fonte judicial.
Lozoya, 47, que foi colaborador próximo do ex-presidente Enrique Peña Nieto, está detido em uma prisão na Cidade do México desde 3 de novembro passado.
O juiz encarregado do caso deverá informar a defesa de Lozoya sobre a pena solicitada pelo Ministério Público.
O ex-funcionário, que chefiou a Pemex entre 2012 e 2016, foi capturado na Espanha em fevereiro de 2020 e extraditado para o México em julho do mesmo ano.
Ele conduziu seu processo com medidas cautelares em um acordo com o MP em troca de depoimentos contra outros supostos envolvidos, incluindo Peña Nieto, mas os elementos que forneceu não foram considerados valiosos e sua prisão foi solicitada.
O MP mexicano revelou em 2020 que Lozoya declarou que 4,4 milhões de dólares pagos pela Odebrecht foram usados para financiar a campanha à presidência de Peña Nieto em 2012.
No entanto, até o momento nenhuma investigação foi iniciada contra o ex-presidente ou seus colaboradores mais próximos, incluindo o ex-chanceler Luis Videgaray.
Lozoya também é acusado de autorizar a compra superfaturada em 200 milhões de dólares pela Pemex de uma fábrica de fertilizantes deteriorada.
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