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Jornal Estado de Minas

PARIS

Governo francês enfrenta greve de professores por gestão da pandemia

AFPO governo francês enfrenta uma importante greve de professores por sua gestão da pandemia, que poderia levar ao fechamento na próxima quinta-feira de metade das escolas, informou nesta terça (11) o principal sindicato de docentes do ensino fundamental.



O Snuipp-FSU, que convocou na sexta-feira passada uma greve para "obter as condições de uma escola segura" em pleno repique de casos de covid-19 por causa da variante ômicron, anunciou em nota que 75% dos professores de ensino fundamental participarão dos protestos.

"Esta mobilização histórica por seu alcance nos últimos vinte anos não é 'uma greve contra o vírus', mas ilustra o crescente cansaço nas escolas", segundo o sindicato, cuja iniciativa se estendeu a escolas de ensino médio.

Cerca de 10.400 salas de aula, que representam 2% das escolas de ensino fundamental, permanecem fechadas após a detecção de casos de covid-19 e à aplicação do protocolo estabelecido pelo governo, informou nesta terça-feira o primeiro-ministro, Jean Castex, na Câmara baixa.

Na noite de segunda-feira, Castex anunciou em vão um novo protocolo levemente mais flexível para tentar apaziguar a tensão com os professores, que mantêm a greve visando seu ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer.

Quando for detectado um caso positivo em uma sala de aula na França, o restante dos alunos terão que fazer até três autoexames em casa para continuar frequentando a escola, sem a necessidade de se submeterem a um primeiro teste de antígenos ou PCR, como era até agora.



"Não só o protocolo atual não protege os alunos, o pessoal e suas famílias, mas desorganiza por completo a escola", afirmou o Snuipp-FSU, avaliando que "nas condições atuais, os alunos não conseguem aprender corretamente".

Durante os anúncios feitos na noite de segunda-feira na TV pública France 2, Castex defendeu que a França, cuja estratégia passa por vacinar toda a população, é um dos países que manteve abertas as escolas por mais dias durante a pandemia.

A mobilização, além de denunciar as condições atuais de trabalho provocadas pela covid-19, pedindo mais máscaras PFF2 ou captores de CO2, atende a outras reivindicações históricas, como falta de pessoal.

O protesto ocorre em plena pré-campanha com vistas às eleições presidenciais de abril. O presidente francês, Emmanuel Macron, que ainda não confirmou sua aguardada candidatura, saiu nesta terça-feira em defesa do governo e pediu "paciência".

audima