O Snuipp-FSU, que convocou na sexta-feira passada uma greve para "obter as condições de uma escola segura" em pleno repique de casos de covid-19 por causa da variante ômicron, anunciou em nota que 75% dos professores de ensino fundamental participarão dos protestos.
"Esta mobilização histórica por seu alcance nos últimos vinte anos não é 'uma greve contra o vírus', mas ilustra o crescente cansaço nas escolas", segundo o sindicato, cuja iniciativa se estendeu a escolas de ensino médio.
Cerca de 10.400 salas de aula, que representam 2% das escolas de ensino fundamental, permanecem fechadas após a detecção de casos de covid-19 e à aplicação do protocolo estabelecido pelo governo, informou nesta terça-feira o primeiro-ministro, Jean Castex, na Câmara baixa.
Na noite de segunda-feira, Castex anunciou em vão um novo protocolo levemente mais flexível para tentar apaziguar a tensão com os professores, que mantêm a greve visando seu ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer.
Quando for detectado um caso positivo em uma sala de aula na França, o restante dos alunos terão que fazer até três autoexames em casa para continuar frequentando a escola, sem a necessidade de se submeterem a um primeiro teste de antígenos ou PCR, como era até agora.
"Não só o protocolo atual não protege os alunos, o pessoal e suas famílias, mas desorganiza por completo a escola", afirmou o Snuipp-FSU, avaliando que "nas condições atuais, os alunos não conseguem aprender corretamente".
Durante os anúncios feitos na noite de segunda-feira na TV pública France 2, Castex defendeu que a França, cuja estratégia passa por vacinar toda a população, é um dos países que manteve abertas as escolas por mais dias durante a pandemia.
A mobilização, além de denunciar as condições atuais de trabalho provocadas pela covid-19, pedindo mais máscaras PFF2 ou captores de CO2, atende a outras reivindicações históricas, como falta de pessoal.
O protesto ocorre em plena pré-campanha com vistas às eleições presidenciais de abril. O presidente francês, Emmanuel Macron, que ainda não confirmou sua aguardada candidatura, saiu nesta terça-feira em defesa do governo e pediu "paciência".
PARIS