Ferusic, de 97 anos, nasceu no norte da Sérvia em 1924. Em 1944, foi deportada junto com outros membros de sua família ao campo de extermínio de Auschwitz. Foi a única que sobreviveu.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Ferusic retornou à Sérvia e iniciou estudos de arquitetura em Belgrado.
Pouco depois, decidiu se mudar para Sarajevo, a capital da Bósnia, onde trabalhou como professora na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Sarajevo.
No entanto, em meio à violenta desintegração da Iugoslávia, Ferusic voltou a ficar sob o fogo cruzado da guerra.
Durante o conflito da Bósnia de 1992 a 1995, Ferusic se negou a ser evacuada enquanto as forças sérvias assediavam Sarajevo, o que se converteu no cerco da cidade que durou anos e no qual morreram umas 11.000 pessoas, entre elas 1.600 crianças.
"Uma pessoa magnífica se foi... Sobreviveu a muitas coisas boas e horríveis", disse Haris Pasovic, que dirigiu um documentário sobre Ferusic, em uma mensagem publicada no Facebook.
O documentário "Greta" conta a dramática história de sua vida e foi exibido em vários festivais internacionais de cinema após sua estreia em 1997.
No filme, Ferusic explicava sua decisão de permanecer em Sarajevo durante o assédio das tropas sérvias.
"Na minha vida, já fui obrigada a deixar minha casa. Jamais voltarei a deixar minha casa de bom grado novamente", disse.
Em 2004, Ferusic recebeu a Cruz de Auschwitz, uma condecoração polonesa que homenageia os sobreviventes do campo de concentração nazista.
O Holocausto consistiu no genocídio de 6 milhões de judeus europeus entre 1939 e 1945 por parte dos nazistas e seus partidários.
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