Protagonizado por Anna Diop e Michelle Monaghan, o filme de estreia de Nikyatu Jusu como diretora mostra os sacrifícios de Aisha, uma babá do Senegal, ao deixar seu país e seu filho para construir uma nova vida.
"Na América em particular, não temos visto filmes suficientes que realmente reflitam sobre o nível desproporcional de mulheres negras e pardas... Trabalhadoras domésticas que mantêm este país funcionando", disse Jusu em um painel virtual durante a mostra.
"Queria colocar o foco nas mulheres que tipicamente são personagens secundários nas histórias de outras mulheres", acrescentou Jusu, cuja família é de Serra Leoa.
Diop, a protagonista do filme, conhecida por seu papel na série "Titãs", nasceu no Senegal e mudou-se para os Estados Unidos ainda criança.
O filme, que fala sobre raça e maternidade e se aventura no gênero do terror, ainda não tem data de lançamento.
O festival de Sundance, que premia o cinema independente, foi celebrado em formato virtual pelo segundo ano consecutivo. A decisão deste ano foi de última hora, devido a um repique da pandemia de covid-19 com a propagação da variante ômicron.
Fundado pelo ator e diretor Robert Redford, Sundance usualmente é realizado em Utah, no oeste dos Estados Unidos.
O prêmio de melhor documentário foi para "The Exiles", no qual a cineasta Christine Choy acompanha a vida de três exilados dissidentes após os eventos na Praça da Paz Celestial, na China, em 1989.
O prêmio do público para o melhor drama foi para "Cha Cha Real Smooth", no qual Dakota Johnson vive uma mulher comprometida que se envolve com um recém-formado sem rumo, interpretado pelo escritor e diretor Cooper Raiff.
O filme foi comprado pela plataforma de streaming Apple TV+ durante o festival por 15 milhões de dólares, até agora o maior acordo de Sundance no ano.
O prêmio do público para o melhor documentário foi para "Navalny", adicionado na grade do festival na última hora e que fala sobre o opositor russo, Alexei Navalny.
O diretor Daniel Roher disse querer que a produção provocasse "indignação e protesto global" pela prisão de Navalny.
O filme será lançado pela CNN e a HBO Max este ano, e acompanha Navalny, bem como seus familiares e pessoas que o ajudaram durante os cinco meses em que passou na Alemanha entre 2020 e 2021, recuperando-se de um envenenamento.
"Quero que cada ser humano do planeta Terra conheça o nome de Alexei Navalny", disse Roher.
O festival de Sundance será encerrado no domingo.
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