"O Conselho para a Transição Democrática em Cuba pede ao Parlamento Europeu que reconheça esta rebeldia nos Manifestantes das Jornadas de Julho, outorgando o Prêmio Sakharov pela Liberdade de Expressão 2022" a José Daniel Ferrer, Luis Manuel Otero Alcántara e Félix Navarro Rodríguez, diz o texto do pedido, enviado para a AFP.
Ferrer, líder da opositora União Patriótica de Cuba (Umpacu), o artista visual Otero Alcántara e o opositor Navarro foram presos em 11 de julho, ou no dia seguinte, ao tentarem se juntar aos protestos.
"Reconhecer o povo de Cuba nos Manifestantes das Jornadas de Julho e por meio destes líderes seria uma mensagem vigorosa em tempos de incertezas democráticas", acrescenta o Conselho.
Aos gritos de "Liberdade" e "Temos fome", milhares de cubanos foram às ruas em 11 de julho, em cerca de 50 cidades da ilha. Estas inéditas manifestações deixaram um morto, dezenas de feridos e 1.377 detidos, segundo a ONG Cubalex.
Na semana passada, o governo informou pela primeira vez que 790 cubanos, incluindo 55 com idades entre 15 e 18 anos, foram indiciados nos protestos de julho por "atos de vandalismo" e por "graves alterações da ordem pública".
Outros 172 já foram condenados por outros crimes, informou o Ministério Público local na última terça-feira (25).
O Prêmio Sakharov já foi concedido a outros ativistas da oposição cubana: Oswaldo Paya (2002), o movimento Damas de Branco (2005) e Guillermo Fariñas (2010).
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