"O Congresso [...] e todas as bancadas pedimos [a Valer] que dê um passo para o lado. Parece que há consenso nisso, mas tomara que nos ouça", disse Alva a jornalistas sobre o chefe de gabinete, empossado na terça-feira pelo presidente peruano.
Advogado e parlamentar de 62 anos, Valer tornou-se alvo de desconfiança depois que vários jornais de Lima publicaram na quinta-feira que sua esposa e sua filha universitária o denunciaram por suposta violência doméstica em 2016.
O político negou ser um "agressor", disse que nunca foi condenado por violência doméstica e afirmou que continuaria à frente do Conselho de Ministros, exceto que o Congresso lhe negue o voto de confiança.
Alva negou, ainda, um pedido que Valer lhe fez nesta sexta-feira para que o Congresso realize uma sessão extraordinária neste sábado para decidir se concede ou não o voto de confiança, imprescindível para que o novo gabinete se mantenha em funções.
Vários partidos da oposição anteciparam que negarão o voto de confiança ao gabinete liderado por Valer.
Este é o terceiro gabinete nomeado por Castillo em seus seis meses no poder, que se caracterizaram por tropeços próprios e disputas internas no governo, bem como por embates da direita radical, que tentou em dezembro abrir um processo de impeachment contra ele, indeferido pelo Congresso.
O cargo de "presidente do Conselho de Ministros" do Peru, criado em 1856, dá muito poder e prestígio, mas é muito volátil.
Na prática, é o número dois do Executivo, pois o vice-presidente não tem responsabilidades nem salário no país enquanto o presidente está em funções, embora o suceda se deixar o comando antecipadamente até encerrar seu mandato.
Assim, a vice-presidente de Castillo, Dina Boluarte, exerce paralelamente o cargo de ministra de Desenvolvimento Social, o que significa que está subordinada a Valer.
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