A investigação descartou mais de um autor ou o uso de armas de fogo no ataque de 26 de agosto, cuja autoria foi reivindicada pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Um total de 160 civis afegãos e todos os 13 soldados americanos foram mortos no ataque, que ocorreu nos últimos dias de retirada do Exército depois de duas décadas de guerra, segundo a investigação.
A bomba explodiu em meio a uma multidão que se encontrava do lado de fora do aeroporto, enquanto milhares de pessoas corriam para tentar escapar do Afeganistão no transporte aéreo administrado pelos EUA.
Embora alguns tiros tenham sido disparados após o ataque, os agentes dos EUA indicaram que os mesmos eram de advertência, e que ninguém morreu em decorrência deles.
"Não houve ferimentos a bala" entre as vítimas, disse o brigadeiro-general Lance Curtis, que apresentou as conclusões da investigação. Ele observou que as mortes foram causadas por estilhaços, incluindo os rolamentos da bomba, cujos ferimentos podem se assemelhar aos de tiros.
Curtis admitiu que naquele dia os militares consideraram o ataque "complexo", envolvendo um atirador do Estado Islâmico e o terrorista. "Agora sabemos que os explosivos dispararam bolas que causaram ferimentos que pareciam tiros... Isso levou muitos a supor que um ataque complexo havia ocorrido", disse.
Também aumentou a confusão o fato de que estilhaços da explosão perfuraram latas de gás lacrimogêneo transportadas por tropas americanas para o controle da multidão. Isso criou um "caos instantâneo e sobrecarga sensorial", de acordo com um dos funcionários que informou os repórteres sobre a investigação.
O homem-bomba, vestido de preto e que aparece no único vídeo do ataque, foi posteriormente identificado pelo Estado Islâmico como Abdul Rahman Al-Logari, que foi libertado de uma prisão pelos talibãs depois que eles assumiram o controle de Cabul, em 15 de agosto.
WASHINGTON