"Se querem ver algum progresso, devem mostrar mais sinceridade e flexibilidade", sugeriu o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, a autoridades dos EUA antes de uma reunião a portas fechadas convocada por Washington sobre a Coreia do Norte.
O regime de Kim Jong Un realizou sete testes de armas sem precedentes em janeiro e Washington propôs uma declaração condenando-os, mas China e Rússia, juntamente com outras nações, se recusaram a assinar o documento, revelaram diplomatas à AFP.
"Deveriam apresentar abordagens, políticas e ações mais atraentes e práticas, mais flexíveis e se adaptar às preocupações da RPDC (República Popular Democrática da Coreia)", disse Zhang a repórteres, usando a sigla do nome oficial da Coreia do Norte.
A autoridade chinesa observou que, como resultado da política do ex-presidente americano Donald Trump em relação à Coreia do Norte, Pyongyang suspendeu testes nucleares e lançamentos internacionais de mísseis.
No entanto, Zhang lamentou que nos últimos meses, sob o governo do democrata Joe Biden, "vimos um círculo vicioso de confronto, condenação, sanções".
Após a reunião, a enviada dos EUA à ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que a proposta da China e da Rússia para aliviar as sanções seria uma recompensa para a Coreia do Norte pelo que ela chamou de "mau comportamento".
"Não há razão para este Conselho recompensá-los por nove testes em um mês e outros tantos em anos anteriores", enfatizou aos jornalistas.
"Gastar milhões de dólares em testes militares quando seu povo está morrendo de fome indica que este país não se importa com seu próprio povo", concluiu Thomas-Greenfield.
A reunião desta sexta-feira sobre a Coreia do Norte no Conselho de Segurança foi a terceira em um mês.
A Coreia do Norte enviou nesta sexta-feira "calorosas felicitações" a seu aliado chinês pelos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, uma mensagem que especialistas veem como um sinal de que deixará de lançar mísseis durante o evento esportivo.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, planeja realizar conversas trilaterais no Havaí em 12 de fevereiro com a Coreia do Sul e o Japão sobre a questão da Coreia do Norte.
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